S a m s u n g G a l a x y S 6 P o n t o s f o r t e s P o n t o s f r a c o s

A Samsung ficou longe da perfeição ao criar o S5, que tinha sensação de "mais do mesmo" e com poucas melhorias quando o S4 estava em jogo. Tudo mudou no S6, ele ficou bem mais bonito, a câmera está ainda mais incrível (ponto onde a fabricante vem acertando, também na linha Note) e alguma coisa mudou do lado de dentro, no hardware. Nem tudo é perfeito e a TouchWiz ainda existe, demonstrando que o Galaxy S6 é um devorador voraz de memória RAM, mesmo que ele apresente 3 GB deste tipo de spec . O processador é um Exynos 7420 que roda quatro núcleos em 1.5 GHz e outros quatro núcleos em 2.1 GHz, acompanhado de uma GPU Mali-T760.

A embalagem ficou bem mais simples do que versões anteriores, com pouca informação na caixa e toques de minimalismo. A mudança maior é que agora há uma luva que conta com as informações extras, que revela uma caixa logo abaixo com nenhum texto aparente. Abrindo a embalagem encontramos, bem separados e organizados, o carregador de tomada com porta USB (com possibilidade de carregar mais rápido um smartphone que conte com tecnologia Quick Charge, ou semelhante), cabo de dados USB com ponta microUSB, fone de ouvido intra auricular e uma ferramenta de metal para extrair a gaveta do chip, no padrão nano-SIM. Este é o tipo de ferramenta que não é bacana perder, mas que pode ser substituída facilmente por um clipe de papel.

Sim, o Galaxy S6 mudou e isso é um ponto muito positivo. Ele está lindo, com um visual realmente bem elaborado e que não existia na Samsung desde que a marca abandonou a cara do Galaxy S2 e foi para algo mais redondo, no S3 - o S4, junto do S5, pareciam "mais do mesmo", sem nada chamativo. O corpo do smartphone agora é de metal nas bordas e com vidro na parte traseira, finalmente adotando um visual que passa a sensação de um produto premium , deixando de lado o plástico das versões anteriores. Na frente temos uma tela de 5,1 polegadas, ocupando 70,7% da frente do gadget, com resolução de 2560 x 1440 pixels, densidade aproximada de 577 pixels por polegada e tecnologia Super AMOLED, protegida pelo Gorilla Glass 4. Ainda na frente está a câmera de 5 megapixels, sensor de luz, proximidade e o botão frontal físico, que trabalha como leitor biométrico (aumentou a área de leitura em relação ao botão do S5, mas falhou mais vezes em nossos testes).

Do lado esquerdo ficam os botões de controle de volume, com o botão liga/desliga e uma gaveta para colocar o nano-SIM do lado oposto.

Acima ficam o microfone secundário e uma porta para conexão infra vermelho. Abaixo está o alto-falante, microfone principal e entrada para fone de ouvido. E, sim, esta parte é extremamente semelhante aos iPhones 6 e 6 Plus. Muito parecido, em quase que todos os detalhes.

Na parte traseira fica uma das grandes mudanças: FINALMENTE O PLÁSTICO SUMIU! O problema não era o plástico em si, mas ter um smartphone topo de linha, o mais caro da empresa e o plástico continuar por ali. Desta vez a Samsung parece ter escutado parte das reclamações dos usuários e da imprensa, ao ponto de tirar todo plástico possível do S6 e trocar por vidro. O resultado ficou lindo, de verdade. O vidro é protegido por Gorilla Glass 4, o mesmo da frente e abre espaço para a câmera de 16 megapixels, que filma em 4K, leitor de batimentos cardíacos, flash LED e mais nada. A bateria não pode ser acessada e não há entrada para cartões microSD (esta não é a uma escolha inteligente, mas segue o mercado). De carga temos 2.550mAh, que é 91% do que existia no S5 e, em nossos testes, o aparelho saiu da tomada quando eram 7 da manhã e voltou para ela quando o relógio marcou 10 da noite. Neste horário ainda existiam 20% de carga e o uso foi intenso. Em um uso moderado, pode passar fácil do primeiro dia. Outro ponto bacana é que em 30 minutos, você sai de 0% e pula para 52% de bateria, se a fonte de energia for o carregador original e ligado na tomada - na porta USB do computador, por exemplo, a carga leva mais tempo. Voltando no vidro, temos um problema sério por aqui: ele escorrega e escorrega bastante - ao ponto de passar a sensação de insegurança ao segurar o smartphone com a mão aberta.

Escorregadio. Como já disse nas linhas anteriores, o Galaxy S6 é escorregadio como é o iPhone 6. O vidro é um grande culpado, já que ele não oferece quase que nenhum atrito para segurar o aparelho e, junto dele, o metal nas bordas também não trabalha nesta tarefa. Uma capinha e tudo está resolvido. O aparelho é grande, mas não tão grande como parece ser um dispositivo de 5,1 polegadas. Seus números são: 143,4 milímetros de altura, por 70,5 milímetros de largura e 6,8 milímetros de espessura, tudo isso somado aos 138 gramas de peso.

Estes números revelam um smartphone que é bastante leve, fino e que não vai ocupar muito espaço dentro de uma calça jeans mais apertada. Se você utiliza em uma bolsa, o espaço é um problema ainda menor.

O Galaxy S6 é absurdamente rápido. Trocar a tela de um app para o outro e depois voltar para o aplicativo que estava usando é rápido, muito rápido. Em todo o uso que tive no tempo de teste, não encontrei um engasgo sequer do sistema operacional, muito menos a interface recarregando toda a parte visual de tempos em tempos. Ele voa. Isso tudo acontece graças ao Exynos 7420 que roda com seus oito núcleos, sendo quatro em Cortex-A53 com 1.5 GHz e outros quatro Cortex-A57 em 2.1 GHz, acompanhados de 3 GB de memória RAM. Mesmo com a pesada TouchWiz por cima, que é historicamente recheada de porcarias (apps que você nunca usa, mas que estão lá ocupando espaço), o sistema operacional não apresentou travamentos que mostrava em smartphones anteriores, como o Galaxy S5.

Numa decisão bastante inteligente, a Samsung finalmente arrancou fora boa parte dos botões e menus que estavam em todos os lados da TouchWiz, ela ficou visivelmente mais atraente e menos distante do que o Android Lollipop é. A Samsung finalmente aprendeu que remover uma penca de porcarias é interessante e o S6 chega com menos apps pré-instalados do que em aparelhos mais antigos. Esta é uma decisão ainda mais sábia, quando não há espaço para expandir a memória com um cartão microSD. Mesmo com a boa nova, ainda há alguns apps que chegam prontos para trabalhar. A lista inclui um navegador proprietário da Samsung (que funciona junto do Chrome, que é bem superior), um app para controlar a TV e listar a grade de programação, assistente para roteador Wi-Fi, loja de apps da Samsung, gravador de áudio (este é bacana, com possibilidade de direcionar a gravação para um local específico), Skype, OneDrive e os jogos Pastry e Homem-Aranha. A lista é pequena, mas existe e não permite que você desinstale o app - é possível desativar, que é a mesma coisa que deixar o app invisível, que continua tomando espaço da memória interna e pronto para voltar quando você restaurar o aparelho.

Há até um app chamado "Gerenciador Inteligente", que limpa a memória RAM e mostra quão fominha é o aparelho. Com nada aberto, o aplicativo exibe que 65% da memória está ocupada e sendo utilizada. Veja bem: eu não abri nada, não pedi um app e 65% dos 3GB de memória RAM já estão ocupados. O problema seria seríssimo se o Android não liberasse espaço quando há necessidade, como um jogo pesado rodando e exigindo bem mais do que apenas o que sobrou dos 65%. Funciona, mas é bastante incomodo ver que mais da metade da memória RAM está trabalhando, mesmo quando você acabou de ligar o celular.

Uma adição bacana que a Samsung fez no S6, lembrando mais ou menos o que a Motorola fez, foi um atalho para abertura da câmera. No lugar do S Voice, que é quase que uma sombra do que poderia ser o assistente de voz da marca, tocando duas vezes no botão físico da frente, o app de câmera é aberto. Simples assim, direto e objetivo.

Outro recurso que não está no Android nativamente e que poucas empresas apostam, é o sensor de impressões digitais. Ele continua no botão de home e ficou mais sensível ao dedo, reconhece com mais facilidade do que no S5. Está longe de ser como no Touch ID da Apple, que reconhece em qualquer posição e sem a necessidade de passar o dedo, mas trabalha bem. No dia a dia, usando o aparelho na rua, ele falhou várias vezes na hora de reconhecer a minha digital, o que me fez utilizar a senha de reserva. O sensor trabalha para desbloquear o aparelho, mas também pode funcionar para inserir senhas no navegador, confirmar compras no app da loja da Samsung, mas não no Google Play (é, seria bem mais interessante no Google Play) e, por fim, autorizar compras pelo Samsung Pay, que não sabemos ainda como funcionará no Brasil e em quais parceiros ele vai trabalhar.

A GPU Mali não é das mais famosas como Adreno, que trabalha nos processadores da Qualcomm e a PowerVR, que a Intel usa e também a Apple. Mesmo assim ela não faz feio, nem de longe, no S6. Jogos pesados rodam como uma luva e ela é capaz de fazer qualquer aplicativo do Google Play funcionar sem qualquer engasgo, mesmo jogos pesados como foi o caso de Asphalt 8 e Dead Trigger 2. Tudo rodou bem, no máximo dos gráficos e sem reclamações.

O app de músicas ficou bem mais bonito, com efeitos de transparência e sem tantos botões na frente. Ficou mais minimalista, mais elegante e continua bastante potente. Nativamente o Galaxy S6 lida com MP3, WAV, WMA, eAAC+ e FLAC para áudio e MP4, DviX, XviD, WMV e H.264 para vídeo de até Full HD, com suporte para legendas externas e tudo isso sem a necessidade de um programa terceiro.

O Galaxy S6 é fantástico na câmera, facilmente o melhor sensor de imagens que um Android pode apresentar até agora. A Samsung conseguiu algo muito próximo da Apple na interface e na forma como a câmera trabalha: basta tocar, focar e tirar a foto. É simples e o resultado é incrível, com ótimos níveis de cor, ótima nitidez e nível de detalhes nas imagens tiradas durante o dia. Tão simples de usar como o iPhone e ainda assim superior em qualidade do que a Apple conseguiu com seu smartphone. São 16 megapixels com altíssima qualidade, alta velocidade no foco, na abertura do app da câmera e na hora de tirar a foto. Em fotos noturnas o resultado também mostra ótimo trabalho do sensor, com pouca granulação e pouca confusão na hora de colocar a cor correta no objeto correto. Repito: é a melhor câmera que eu já usei em um Android e faz qualquer concorrente parecer uma câmera simples, fraca.

Leave a comment