Com apenas cinco meses de vida, a Sony resolveu que era hora e aposentar o Xperia E3 e anunciou a chegada de seu mais recente representante da linha E, o E4. Com corpo e muita coisa que lembra o modelo anterior, tempos por aqui um processador quad-core de 1.3 GHz feito pela Mediatek, acompanhado de 1 GB de memória RAM e a correção para o erro crônico do aparelho anterior: o dobro de memória interna. Ele ainda é um concorrente para aparelhos como o Moto G e o Zenfone 5 e, infelizmente, ainda perde para estes dois.
A embalagem abre mão do cubo que existiu até então nos modelos de médio custo da marca, aderindo ao retângulo mais fino que está nos modelos mais caros. Mesmo com esta mudança visual do lado de fora, ainda há a mesma organização pela parte interna com o celular em uma espécie de bolso, enquanto os acessórios vão espalhados em todo o restante. Por aqui temos o celular, manuais de instruções, carregador de tomada com porta USB e um cabo USB. Aparentemente a Sony fez como a Nokia/Microsoft e escolheu eliminar o fone de ouvido da embalagem.
O E4 ficou mais gordinho e visualmente maior do que seu irmão mais velho, que nem é tão velho assim. A tela recebeu um salto para o lado de fora e as bordas não são mais tão arredondadas assim. Na frente temos uma tela que agora apresenta 5 polegadas, com resolução de 960 x 540 pixels, densidade aproximada de 220 pixels por polegada e proteção contra riscos e arranhões mais leves. Ainda por aqui temos uma câmera frontal de 2 megapixels e os sensores de luz e proximidade.
Do lado direito estão os botões de liga/desliga e para controle de volume, que dividem espaço com a antena telescópica para a TV digital. Do outro temos apenas a entrada microUSB e mais nada. Acima fica a entrada para fone de ouvido e abaixo não há nada. Na traseira, fosca e com textura levemente áspera, está a câmera de 5 megapixels e um flash LED, nada mais.
Abrindo a tampa, temos as duas entradas para chip da operadora e outra, para cartões microSD de até 32 GB. A bateria não pode ser acessada e conta com 2.300mAh. É mais do que o suficiente para um dia inteiro de uso moderado, graças ao trabalho de economia de energia que a Sony tem com seus dispositivos. Há 48 horas de reprodução contínua de músicas, ou pouco mais de 12 horas de conversa ao telefone.
O aparelho cresceu como um todo, mas a tela cresceu no mesmo sentido e acaba ocupando mais espaço na frente do display do que o modelo anterior. O corpo é todo feito em plástico áspero, mas por algum motivo bizarro a Sony fez a tela saltar das bordas e deu linhas retas para ela, o que tira parte do conforto da pegada. Ainda é confortável, mas não como antes.
Suas dimensões são de 137 milímetros de altura, por 74,6 de largura e 10,5 milímetros de espessura, tudo isso somado aos 144 gramas de peso total. São números que revelam um smartphone que poderia ser enorme, mas que por conta do maior aproveitamento de tela na frente do dispositivo, acaba não ocupando tanto espaço na mão do usuário e não faz marcas visíveis no bolso de calça jeans.
Por dentro da carcaça, pouca coisa mudou em relação ao modelo anterior. A Sony deixou de lado a parceria com a Qualcomm e colocou um processador MediaTek por aqui, um MT6582 que roda quatro núcleos em 1.3 GHz, acompanhado de 1 GB de memória RAM e 8 GB de memória interna - fugindo ferozmente dos 4 GB do E3, que liberam apenas pouco mais de 1 GB para o usuário. A GPU que toma conta de toda parte gráfica do dispositivo é uma Mali-400MP2, que já é um bocado antiga, mas que faz bem o trabalho de rodar alguns jogos mais leves com muita facilidade.
A interface continua a mesma que existe há meses na marca, com a versão 4.4.4 do Android quando você pega o aparelho pela primeira vez. Nada de design mais minimalista do Material Design presente nos Androids 5 ou superiores. Mesmo assim a Sony resolveu que seria prudente deixar alguns ícones já mais chapados, adaptando o visual aos poucos e deixando um ar mais moderno do que o presente até então - mesmo que alguns ícones continuem com texturas, como é o caso do TrackID que ainda é um "CD". Ainda temos por aqui um dos menus de aplicativos mais completos, com tela extra para buscar aplicativos (arraste o menu para a direita), com a opção de a criar pastas dentro desta área - perfeito para quem ama organização de ícones.
Toda a animação de transição de telas é bem suave e não apresentou travamentos que transformassem a experiência de uso em algo desagradável - não é tão bonito como no Xperia Z3, por exemplo, mas é bem bacana para a proposta deste modelo. De fábrica há uma quantidade razoável de coisas pré-instaladas e que não podem ser removidas por completo do aparelho. A lista inclui demo de vários jogos, GPS da Garmin, Twitter, Facebook, o Crackle (concorrente do Netflix, feito pela Sony) e o Linkedin. Até dá para "remover" o app, mas o apk ainda continua no smartphone e o espaço liberado não é bem o mesmo que você esperava - isso é comum em fabricantes, infelizmente.
Outro aplicativo pré-instalado e que funciona muito bem é o de TV digital, que conta com controles de fácil acesso, uma lista com canais em ícones enormes (com número dele e nome). Infelizmente a transmissão é em baixa resolução, no padrão 1Seg e que trabalha com 320 x 240 pixels de resolução. O problema disso é que quadrados são visíveis de longe. Há guia de programação dos canais abertos e até a possibilidade de agendar a gravação de um canal - algo como gravar o jogo de futebol, ou a novela, para ver depois.
O Xperia E4 não é o smartphone mais parrudo em gráficos, o que é aceitável por conta de seu valor sugerido. Por dentro, temos uma Mali-400MP2 e um processador quad-core de 1,3 GHz, com 1 GB de memória RAM. O conjunto é capaz de rodar jogos pesados, como Asphalt Overdrive - com certas reduções gráficas para manter a alta taxa de quadros por segundo, que dá certo. O título testado, da Gameloft, rodou sem qualquer travamento ou engasgo por parte do sistema operacional.
O tocador de músicas é o mesmo que está em outros smartphones recentes da Sony. Ele entrega uma experiência de uso bastante fluida, com toques minimalistas e até a possibilidade de utilizar a tecnologia ClearAudio+ para melhorar a reprodução da canção. Ele rodou todos os arquivos MP3 que testamos, de qualquer tamanho e ainda exibiu corretamente a capa do álbum. O player de vídeos foi eficaz na hora de reproduzir arquivos MP4 de alta definição, sem qualquer engasgo. O Netflix rodou com vídeos em Full HD sem qualquer engasgo, mesmo com muitos minutos de reprodução contínua - o que esquentou o smartphone, algo normal para este tipo de app.
A Sony sabe como fazer boas fotos em dispositivos mais caros, mas aparentemente a divisão de fotografia não fala com aparelhos mais baratos. Neste modelo o sensor é de 5 megapixels e consegue tirar fotos razoáveis quando há muita luz, como num dia ensolarado. Em fotos noturnas o resultado é um dos piores já analisados por aqui, com fotos borradas, péssimo trabalho de foco, tempo exagerado entre tocar na tela e tirar a foto e cores muito exageradas.
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