A missão do Xperia M2 é bastante árdua e complicada de aparecer como cumprida: retirar o Moto G de seu trono como o smartphone que mais vendeu, em sua categoria. A fabricante nipônica colocou alguns de seus recursos para chamar a atenção do usuário para o M2. Em hardware temos um processador Snapdragon 400 quad-core de 1.2 GHz, acompanhado de 1 GB de memória RAM e 8 GB de memória interna - interessante, não? A embalagem segue o padrão de aparelhos não muito caros da marca, com um retângulo chato e largo, com a foto do dispositivo (não em tamanho real), nome e alguns recursos na parte traseira.
Abrindo a embalagem, temos o celular, um espaço para o carregador de tomadas, outro para o cabo de dados e também para os manuais de instruções. Não há fone de ouvido, o que está de certa forma comum - alguns Lumias não entregam este acessório, assim como todos os aparelhos da linha Nexus e todos os iPads. Segundo a Nokia, a decisão de remover o acessório está em cortes de custos, algo que não faz sentido quando olhamos o concorrente Moto G, que vem com fone na caixa e é encontrado com preço mais atraente.
Por fora o Xperia M2 segue o padrão de smartphones da Sony, inaugurado com a linha Z - ou seja, um retângulo com laterais ásperas e com frente e traseira, ambas em vidro. O único porém é que neste caso, a traseira é em plástico e não vidro. Na frente temos uma tela TFT de 4,8 polegadas, com resolução de 960 x 540 pixels e densidade aproximada de 229 pixels por polegada. O TFT é uma tecnologia bem inferior ao que seus concorrentes conseguem entregar, com display em IPS e de maior resolução - é, o TFT é o pior de todos, com menor ângulo de visão e maior alteração da cor, quando o aparelho é virado de lado. Ainda na frente temos uma câmera frontal de resolução VGA e sensores para luz e proximidade.
Do lado esquerdo está a entrada microUSB, enquanto do outro temos botões de volume, liga/desliga, para a câmera e aporta onde fica a entrada para cartões microSD de até 32 GB e para o chip da operadora.
Abaixo está o alto-falante, quanto acima fica apenas a entrada para fone de ouvido, que aceita fones com microfone no mesmo cabo - vendido separadamente.
Atrás fica a câmera de 8 megapixels, que filma em até 1080p (Full HD), conta com um flash LED e o símbolo que indica a presença de conexão NFC. A bateria não é removível e sequer pode ser acessada pelo usuário. Ela conta com 2.300mAh, suficiente para até 58 horas de reprodução de música, 14 horas de conversa ao telefone e um dia inteiro de uso moderado disso tudo, com alguma navegação em 4G e também algum jogo aqui e ali. Um ponto que vale destacar é a fragilidade do plástico traseiro, que fica facilmente marcado com o uso cotidiano - arranhado, sem possibilidade de voltar ao normal.
Entregar materiais de baixa qualidade, quando olhamos para o alumínio e vidro da linha Z, foi bom para a ergonomia do M2. O plástico lateral adere mais nas mãos e garante uma pegada bem mais confortável, por mais que ainda passe a sensação de um retângulo fino e reto. Como o smartphone não é tão grande, ele acaba encaixando muito bem na palma das mãos, mesmo para mãos menores. Suas dimensões são de 139,7 milímetros de altura, por 71,1 milímetros de largura e 8,6 milímetros de espessura, tudo isso somados aos 148 gramas de peso total.
Estes números entregam um aparelho que não ocupa muito espaço em uma bolsa feminina, no bolso apertado de uma calça jeans ou então na mochila. Ele não é dos mais leves, mas seu peso não incomoda nas mãos dos usuários.
O Android roda bem no hardware modesto que acompanha este smartphone, que ajuda a baixar seu custo. Temos um processador Qualcomm MSM8926 Snapdragon 400 de quatro núcleos rodando a 1,2 GHz, acompanhado de 1 GB de memória RAM e uma GPU Adreno 305. Com poucos apps rodando ao mesmo tempo, o desempenho é ótimo e não notamos qualquer engasgo do sistema. A versão escolhida do Android para rodar neste aparelho é a 4.3 e há uma interface alterada acima dele, que é uma das mais leves - e que ajuda no bom desempenho, principalmente quando comparamos este smartphone com concorrentes da LG e Samsung, mas ainda não tão leve como o Android puro do Moto G.
A tela inicial conta com cinco painéis (que podem chegar até sete deles), com espaço de sobra para ícones, widgets, atalhos e todo tipo de personalização permitida no Android. Assim como outros smartphones Xperia, é possível trocar o tema com algumas das opções pré-instaladas ou baixar outras do Google Play.
A área de notificações é bastante limpa e os ícones de atalho (fixos) são exibidos em pequenos botões que ficam na parte superior. Há espaço, muito espaço, para notificações de todos os tipos. O menu de aplicativos é o mesmo de outros Xperia, com a possibilidade de organizar tudo em pastas e alterar a ordem de ícones de forma manual, por ordem alfabética, por apps mais utilizados e listar apenas os baixados da internet (deixando de lado todos os pré-instalados).
A área de multitask esconde outro recurso que a interface alterada da Sony permite, que é abrir pequenas janelas com apps - da mesma forma como você já faz com o seu computador. Tudo fica suspenso e é possível até alterar livremente o tamanho de uma ou outra janela, como é o caso do navegador. A tela grande favorece este recurso, mas é bastante incômodo utilizar mais de três janelas abertas ao mesmo tempo - começa a faltar espaço, algo que seria inexistente em um tablet de 10 polegadas, por exemplo
De fábrica, temos alguns apps pré-instalados. Há o pacote tradicional do Google (como Gmail, Google Maps e outros) e mais alguns apps terceiros. A lista inclui o já famoso TrackID (que permite reconhecer uma canção ao ouvir um trecho da música), serviço de armazenamento em nuvem do Box, rádio FM, Facebook, navegador GPS (com mapas offline) Garmin, McAfee Security (para funcionar como proteção contra vírus) e um pequeno visualizador de documentos do Office, o OfficeSuite - que pode editar e criar os textos, planilhas e apresentações.
O gerenciamento de bateria é bastante intenso e garante quase que o dobro de autonomia da carga, apenas com algumas alterações em apps e serviços que você pode não utilizar, para fazer a bateria durar mais. Dentro deste gerenciamento, é possível alterar o que será desativado e o que continua funcionando, quando a bateria estiver abaixo dos 20% de energia restantes.
O navegador, assim como a maioria dos smartphones mais recentes, conta com uma dupla. Temos um próprio da Sony (que é utilizado na janela flutuante) e o Google Chrome. O Chrome é o mais parrudo e com melhores recursos, já que permite tudo que o outro tem, com a adição de sincronia de senhas, abas e histórico com outros dispositivos. A renderização de páginas é bastante veloz e não notamos qualquer engasgo na navegação.
O Xperia M2 não é o smartphone mais parrudo em gráficos, o que é aceitável por conta de seu valor sugerido. Por dentro, temos uma Adreno 305 e um processador quad-core de 1,2 GHz, com 1 GB de memória RAM. O conjunto é capaz de rodar jogos pesados, como Asphatl Overdrive - com certas reduções gráficas para manter a alta taxa de quadros por segundo, que dá certo. O título testado, da Gameloft, rodou sem qualquer travamento ou engasgo por parte do sistema operacional.
O tocador de músicas é o mesmo que está em outros smartphones recentes da Sony. Ele entrega uma experiência de uso bastante fluida, com toques minimalistas e até a possibilidade de utilizar a tecnologia ClearAudio+ para melhorar a reprodução da canção. Ele rodou todos os arquivos MP3 que testamos, de qualquer tamanho e ainda exibiu corretamente a capa do álbum.
O player de vídeos foi eficaz na hora de reproduzir arquivos MP4 de alta definição, sem qualquer engasgo. O Netflix rodou com vídeos em FullHD sem qualquer engasgo, mesmo com muitos minutos de reprodução contínua - o que esquentou o smartphone, algo normal para este tipo de app.
O sensor de imagens do Xperia M2 conta com 8 megapixels de resolução - que resulta em arquivos de até 3264 x 2448 pixels. O resultado é de imagens com ótima qualidade de reprodução de cores e baixo nível de ruído, quando estamos fotografando em boa condição de luz. Para fotos noturnas, há um pouco de ruído - mas em quantidade menor do que temos em phablets de baixo custo concorrentes.
Na hora de filmar, você pode gravar vídeos de resolução Full HD em 30 quadros por segundo. A qualidade final do arquivo é bastante semelhante ao que é registrado em fotos - com algum ruído maior para vídeos gravados de noite.
Assim como em outros smartphones mais recentes da Sony, há uma série de recursos que podem ser aplicados em filmagens e fotos. Um deles, o mais bacana, é a possibilidade de inserir um pequeno dinossauro que fica caminhando em alguma superfície filmada - tudo em realidade aumentada.
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