A Sony lançou o Xperia M4 Aqua como sucessor espiritual do Xperia M2, mesmo que pulando um número da série (é, foi do 2 para o 4. Entendeu?) e melhorando alguns aspectos do aparelho mais antigo. Este gadget continua com sua resistência contra água e poeira, adicionando traços que lembram smartphones mais parrudos, como o Xperia Z3 Compact. Do lado de dentro há hardware que faz dele um intermediário que quer bater a porta que divide este mercado dos smartphones topo de gama. Será que dá certo?
A embalagem do aparelho segue um padrão já adotado pela Sony para celulares de médio custo, ou seja, uma caixa retangular e que separa apenas o smartphone do resto dos acessórios, por uma bolsa pequena e grudada em uma das laterais internas. Além dele, temos fone de ouvido, manual de instruções, cabo de dados USB e carregador de tomada.
No lado de fora, o Xperia M4 Aqua lembra muito algumas linhas que a cara que tem um irmão mais velho e musculoso, o Xperia Z3 Compact - é, ele lembra muito. Como estamos com um aparelho mais simples (e que, bizarramente, custa o mesmo que o Z3 Compact), este modelo é feito com plástico atrás e nas bordas para que tudo aparente mais simplicidade. Na frente temos uma tela IPS LCD de 5 polegadas, com resolução de 1280 x 720 pixels, densidade aproximada de 294 pixels por polegada e que ocupa 65,2% da frente do smartphone. Ainda na parte da frente temos uma das diferenças entre este aparelho e a linha Z: os dois alto-falantes não reproduzem áudio em estéreo, sendo que o som fica apenas no falante de baixo. A câmera frontal é de 5 megapixels e, do lado dela, ficam os sensores de luz e proximidade.
Do lado direito ficam os botões de volume, liga/desliga, botão para câmera e a entrada para os dois chips da operadora. Do outro está a entrada para microSD e a microUSB, que pode ficar desprotegida e que resiste muito bem aos mergulhos de até 30 minutos em um metro de profundidade de água doce. Finalmente a Sony conseguiu uma forma de proteger a porta USB e removeu a tampa, que com o uso contínuo pode apresentar desgaste na borracha que segura a tampa. Mandou bem!
Acima está o microfone secundário para isolamento de ruídos e a entrada para fone de ouvido. Abaixo temos a entrada para o microfone principal e outra saída para o alto-falante. Atrás, em uma tampa de plástico que ama marcas de dedos e riscos leves, fica a lente da câmera de 13 mefapixels, LED flash e mais nada. A bateria fica do lado de dentro, sem qualquer acesso por parte do usuário e conta com 2.400mAh, quantidade suficiente para durar até dois dias longe da tomada - graças ao competente sistema de gerenciamento de energia, que faz milagre e elimina toda carga desnecessária e faz o aparelho sobreviver bastante longe de fontes de energia.
Se você olhar os aparelhos intermediários, local onde o M4 Aqua divide espaço de prateleira, este é um dos mais finos e belos smartphones que há. Seu corpo é totalmente reto, quadradão e com um ar sóbrio que é tradicional da fabricante nipônica. As bordas levemente curvadas fazem sua pegada ficar confortável, mesmo com um tamanho grande de aparelho e linhas retas. Seus números são 145,5 milímetros de altura, por 72,6 de largura e outros 7,3 milímetros de espessura, tudo isso somado aos 136 gramas de peso total.
Em um bolso de calça jeans, o M4 Aqua não oferece muito volume para ficar aparente e nem ocupa muito espaço quando está em uma bolsa mais apertada. Ser fino como é, ajuda nesta parte de não ficar visível no bolso, mas seu tamanho grande faz com que alguma ponta do smartphone possa ficar para fora.
Por dentro deste pequeno smartphone, há um processador Qualcomm MSM8939 Snapdragon 615 que roda oito núcleos, sendo quatro em 1.5 GHz e outros quatro em 1 GHz, todos com instruções para 64 bits que são lidas nativamente pelo Android 5.0 - somente do Android Lollipop para frente que os 64 bits são identificados por padrão. O processador é acompanhado de 2 GB de memória RAM e 16 GB de memória interna, que a Sony libera pouco mais de 9 GB para o usuário. A GPU é uma Adreno 405 e é mais do que o suficiente para rodar tudo que há no sistema operacional e na interface customizada da Sony, sem muitos travamentos - claro que ao abrir muitos apps ao mesmo tempo, o desempenho cai e, neste caso, o aparelho esquenta com facilidade.
O launcher escolhido pela Sony foca bastante em uma experiência multimídia, já que ficam destacados apps de músicas, vídeos e fotos, com direito ao widget que cria um leque das últimas fotos salvas na galeria. Diferente de outros fabricantes, esta customização tende a não utilizar tanto do hardware e isso é um ponto extremamente positivo. Tudo roda bem, animações são fluídas e bem bonitas. Uma das melhores modificações para a experiência de uso do aparelho está na parte de atalhos do Android Lollipop, que pode ser alterada e editada de acordo com sua vontade. Isso significa que se, por exemplo, você não usa o NFC para nada, é só remover o atalho e adicionar outro que você utiliza mais, como ligar e desligar a sincronia de dados ou então ligar o modo de economia de energia.
Outras duas alterações ficam por conta de temas que podem mudar quase que tudo do aparelho e a lista de aplicativos, que exibe uma barra de ferramentas lateral que permite reorganizar os apps, desinstalar alguns, filtrar para exibir apenas os apps que você baixou e até há uma lupa, que serve como busca para encontrar algum app específico. É possível ainda criar pastas dentro desta grade de apps, o que organiza ainda mais os apps.
Uma função bacana e nova por aqui está no botão de liga/desliga e permite que você grave um vídeo da tela, o que é perfeito para dar alguma dica de como acionar certo recurso em um celular de seu amigo. Outro tipo de usuário que pode tirar bom proveito deste recurso é o gamer que tem um canal de vídeos de gameplay. Basta começar a gravar o vídeo e depois enviar para sua ferramenta preferida, seja ela o YouTube, Vimeo, Facebook ou qualquer outro. Dá para alterar a qualidade de gravação, inserir áudio do microfone e até ligar a câmera frontal e mostrar seu rosto enquanto filma.
Por fim, um modo de energia bastante inteligente é capaz de fazer o aparelho durar até dois dias fora da tomada e sem muito sacrifício de seu uso. Nele é possível selecionar qual app terá acesso ao update em segundo plano e até definir intervalos de tempo em que os dados em segundo plano serão enviados - é necessário ficar atento ao detalhe de que com dados em segundo plano desativados, você deixa de receber mensagens em apps como WhatsApp enquanto não abrir o aplicativo.
A lista de apps pré-instalados é grande e há alguma coisa que você pode nunca abrir, que continua ocupando espaço na memória interna mesmo após a desinstalação - o apk, instalador de apps do Android, continua na memória interna, mesmo depois de ser desinstalado. Por aqui temos o AVG Pro, gravador de áudio, Crackle (concorrente do Netflix, só que de graça), Smart Connect, Suporte Sony, TrackID, Twitter, Xperia Lounge, PlayStation, app de desenhos, editor de vídeos e uma grande quantidade de jogos pré-instalados - muito mais do que seria justo ter.
Estamos com um modelo que passa uma impressão de média gama, mas que tem preço maior do que o Z3 Compact, que é topo de gama e com um hardware melhor. Ok, pensando assim eu peguei um jogo pesado e rodei no dispositivo, que foi o Modern Combat 5. O jogo modelou os gráficos para encaixar bem na placa gráfica Adreno 405 e as coisas não ficaram tão bonitas como deveriam ser - se aumentar os gráficos, o jogo começa a engasgar. Para jogos mais simples, como Candy Crush ou Angry Birds, o problema é bem menor e tudo rodou bem.
O player de áudio oferece equalizador de som (bem competente) e alguns efeitos para melhoria geral da música. Nativamente, o aparelho reproduz arquivos MP3, eAAC+ e WAV para áudio e, para vídeo, o app de vídeos reconhece os formatos MP4 e H.264 em até alta definição e sem engasgos.
Um dos pontos bem bacanas do Xperia M4 Aqua é que a Sony é uma das únicas fabricantes que ainda utilizam botões dedicados para a câmera. Isso é ainda mais vantajoso quando você tem um smartphone que pode mergulhar, situação em que a tela de toque fica desativada (a água é interpretada como um toque em toda a superfície, seria como querer tocar no ponto onde seu dedo já está tocando). O sensor de imagens é de 13 megapixels e lida bem com imagens com boas condições de luz, mas que não sabe trabalhar direito com diferenças de luz. Olhe no exemplo do parque, onde o céu está totalmente branco (ele não é assim), enquanto o restante está bastante iluminado. Outro ponto onde isso fica evidente é em fotos noturnas, onde você vê luzes estouradas demais.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é que o trabalho de fotos noturnas é extremamente forte, ao ponto de que para evitar a granulação da imagem, as fotos ficam com um aspecto de pintura à óleo.
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