A Sony decidiu que era hora de dar uma repaginada no seu portfólio e apresentou ao mundo, na MWC deste ano, a nova linha Xperia X, que é composta também pelo intermediário Xperia XA, comercializado aqui no Brasil por R$ 1.799 em quatro cores diferentes. E apesar de não ser um flagship, o smartphone tem um visual muito elegante.
O smartphone conta com boas especificações para competir com outros modelos da sua faixa de preço, mas o grande apelo da Sony está claramente no visual: temos um mãos um dispositivo muito elegante.
O que chama atenção logo de cara no Xperia XA é: ele não tem bordas laterais. Isso mesmo. Nos arriscamos a dizer até mesmo que ele consegue ser mais bonito que o Xperia X. O celular tem um corpo de 143,6 x 66,8 x 7,9 mm, pesando 137 gramas. Outra coisa interessante nele é que o seu corpo lembra e muito o alumínio, mas trata-se de um plástico fosco que deixa um toque muito bonito.
A porta microUSB, microfone principal e alto-falante ficam na parte inferior, enquanto que a superior carrega o microfone secundário e a entrada para fones de ouvido. Do lado direito nós encontramos o botão de liga/desliga num formato mais arredondado, e não um leitor de impressão digital. Esse aqui é um dos pontos fracos do aparelho, visto que boa parte dos seus concorrentes possuem o recurso.
Ainda aqui, temos os botões para controle de volume e o botão dedicado para a câmera. No outro lado, encontramos slots dedicados para dois chips de operadora (Nano SIM) e um para microSD de até 200 GB.
E o que vemos no Xperia XA é o que já falamos do Xperia X: a Sony manteve as principais características de sua linha, embora tenha conseguido remodelar e trazer melhorias em praticamente todos os pontos.
A câmera traseira não é saltada e conta com um frame metálico ao seu redor; logo abaixo, temos o flash LED que é único. E o celular até que é confortável de ser utilizado. Esse visual com cantos arredondados ajuda na pegada e os botões estão bem posicionados. O problema é que ele é bem escorregadio, então tome muito cuidado.
Mas o Xperia XA deixa de lado a proteção contra água e poeira, um dos pontos mais positivos da linha Z. Mirar no visual deu muito certo, pois o celular é bonito; mas eliminar um recurso chave, porém, foi uma decisão bem ruim. O material plástico também tende a arranhar facilmente, logo, utilizar uma capinha também não é uma má ideia.
Na tela, temos um painel IPS LCD de 5 polegadas com resolução HD (720 x 1280 pixels), com densidade aproximada de 294 ppi. A Sony também inclui os modos Mobile BRAVIA Engine 2, que supostamente melhora a “qualidade de imagem para fotos e vídeos”, e o super-vívido, que tende a deixar as cores mais vibrantes.
Essa tela ocupa uma espaço considerável da estrutura frontal, mas apenas nas laterais. Na parte de baixo e de cima ainda temos um belo espaço, onde a Sony bem que podia ter adicionado botões capacitivos para aproveitar melhor a tela do aparelho.
A qualidade de imagem é bacana, porém. Faltou resolução, e de fato um display Full HD faria difereça. Mas por aqui, o dispositivo consegue manter um belo contraste de cores. Ela consegue atingir 516 lux (medimos com um luxímetro), embora sua visualização sob luz solar forte seja bem prejudicada.
Tons escuros também tendem a ficar... cinzas. Isso já é meio que padrão do LCD e por aqui não foi diferente. A Sony, porém, permite equilibrar manualmente o branco na tela.
Dentro deste jovem intermediário encontramos um chip MediaTek Helio P10 octa-core Cortex-A53, com clock de 2,0 GHz e GPU Mali-T860MP2. Ele ainda conta com 2 GB de RAM e 16 GB de memória, com cerca de 10 GB livres para uso. O desempenho geral do celular é bem bacana, e por aqui ele não nos decepcionou e cumpriu o que seu hardware promete.
O grande problema aqui, porém, é que suas specs acabam não mantendo muitos aplicativos rodando em segundo plano, como pudemos comprovar em nosso teste de desempenho . Mas confessamos que foi apenas isto. Não nos deparamos com travamentos e nem com desempenho muito fraco, embora devemos alertar: ele é um intermediário, não esperem por um desempenho incrível.
Nos testes de benchmark, o celular da Sony se manteve na média dos seus concorrentes, atingindo 46 mil pontos no AnTuTu e 593 no 3DMark (com OpenGL 3.0). O que realmente nos incomodou, foi o fato dele não possuir um leitor de impressões digitais, coisa que o Moto G4 Plus, Zenfone 3 e Quantum Fly, concorrentes diretos, possuem.
Ele não deixa a desejar na hora de reproduzir o conteúdo e consegue ser bastante fluido. Ele pode não conseguir manter muitos apps em segundo plano, mas consegue executá-los sem nenhum problema – principalmente os de redes sociais e afins.
Com jogos, o desempenho do XA pode variar um pouquinho, mas nada preocupante. Títulos mais pesados tendem a reduzir a qualidade gráfica para conseguir uma boa fluidez, e o celular pode engasgar em algumas partes. Já os games mais leves, é claro, tendem a rodar tranquilamente no dispositivo.
Em nosso teste de desempenho, o celular marcou 29 fps e 30 fps em títulos como Asphalt 8 e Modern Combat 5, respectivamente. Já em Subway Surfers, que é mais leve, o jogo rodou com 60 fps.
Chegamos no software, finalmente. O Xperia XA roda Android 6.0 Marshmallow de fábrica, com a interface da Sony modificando praticamente tudo e consumindo um espaço muito considerável na memória. Este, aliás, é um ponto bem negativo, afinal de contas você dificilmente sobreviverá muito tempo sem utilizar um cartão microSD.
Essa interface traz alterações no visual de basicamente tudo, mas consegue rodar fluidamente no XA. E não nos leve a mal, essa não é uma crítica ruim. A Sony trouxe alguns truques, como deslizar a tela para baixo para abrir um campo de busca, e uma área com sugestões de aplicativos mais usados na gaveta de apps.
Quanto ao som, o modelo não traz um sistema estéreo e peca em alguns quesitos, distorcendo o som quando reproduzimos uma música alta. É, de fato, um “som de celular”, sem nenhum aspecto muito interessante. A Sony também não adiciona fones de ouvido na caixa do celular, o que chega a ser um pecado com o consumidor.
Apesar do lado bom, temos um calcanhar de Aquiles no Xperia XA e ele está na sua bateria. Com potência de 2.300 mAh, o componente que não é removível não nos impressionou em praticamente nada em nossos testes de bateria . Estes foram alguns resultados do nosso teste:
Mesmo a sua tela HD não faz milares para mantê-lo vivo por muito tempo. Aqui no TudoCelular ele acabou virando recordista, porém de baterias com baixa duração.
Na parte traseira, temos uma câmera de 13 megapixels com abertura f/2.0 que traz foco automático e detecção de fase, acrescentando gravações em Full HD e com a possibilidade de gravar com HDR. Existe também foco híbrido, da Sony, que tende a rastrear o objeto em questão para manter o foco travado. O recurso é bacana e funciona bem, mas se o objeto se mover rapidamente, claro, as coisas não funcionarão perfeitamente.
Por aqui nós temos o modo manual, que acaba pecando em recursos manuais – o que chega a ser bem contraditório. A Sony também manteve os seus tradicionais aplicativos, mas o que realmente importa é a qualidade de captura do dispositivo.
Ele tem um bom ângulo de captura, o que inclui uma boa parte dos objetos de um cenário. O balanço de branco funciona bem e as cores capturadas pelo sensor são bem vibrantes e com belo contraste. Tudo dentro dos padrões para um intermediários. Mas isto, é claro, em ambientes com boa iluminação.
Quando você tenta fazer cliques em lugares com baixa iluminação, por exemplo, a câmera dele tende a se aproveitar demais do pós-processamento para compensar o alto nível de ruído, resultando em imagens com cores mais lavadas e pecando também na captura de detalhes.
Na parte frontal, temos um sensor de 8 megapixels também com abertura f/2.0 e grava em Full HD. Os resultados, aqui, porém, não foram tão satisfatórios: mesmo em locais bem iluminados, essa câmera tende a puxar para o “modo de embelezamento”, mesmo com ele desativado. Isso resulta em imagens mais lavadas, deixando tudo com um aspecto esquisito.
Pontos fortes
Pontos fracos
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