O Mi 9 SE promete trazer o apelo de flagships custando muito menos. Por fora ele é praticamente idêntico ao Mi 9, mas por dentro tem hardware menos poderoso. Será que apenas isso muda entre os dois ou Xiaomi realizou outros cortes para reduzir o preço e oferecer um intermediário competitivo?
Em nossa análise você verá a resposta desta pergunta e tudo o que o Mi 9 SE tem a oferecer e como ele se sai contra os smartphones da Redmi e de outras fabricantes. Testamos o aparelho por vários dias para conferir o nível de desempenho entregue e se sua bateria é tão boa quanto a de outros smartphones da Xiaomi que testamos.
O Mi 9 SE vem em embalagem branca mais simples, diferente do Mi 9 com caixa metálica e chamativa. Além do smartphone, você encontra os seguintes acessórios:
É bom ver a Xiaomi incluir o adaptador de USB-C para P2 mesmo em celulares mais baratos, enquanto nos recentes iPhones você precisa adquirir o acessório por fora.
O Mi 9 SE é um smartphone intermediário premium. Isso quer dizer que você terá qualidade próxima a de celulares top de linha. Enquanto os modelos da Redmi trazem acabamento simples, este tem corpo de metal com tonalidade chamativa.
Visualmente não muda tanto para o modelo mais caro da Xiaomi. Temos o mesmo entalhe em formato de gota no topo da tela e um conjunto de três câmeras na traseira.
No entanto, a versão mais barata tem tela menor, sendo um smartphone mais compacto e leve. Aqui temos 147,5 mm de altura, 70,5 mm de largura e 7,5 mm espessura com 155 gramas de peso.
O seu acabamento é muito bom para o preço e a Xiaomi manteve o leitor biométrico na tela, que funciona bem, porém é mais lento que no flagship da marca. Há também biometria facial, que a própria empresa alega ser menos segura, porém é mais versátil e ágil que a solução por digital.
O Mi 9 SE é um celular quase completo, traz infravermelho no topo para ser usado como controle remoto e também tecnologia NFC, que é raro de se ver na maioria dos intermediários à venda no Brasil. Mas peca por não ter entrada para fones de ouvido, LED de notificações e nem slot para cartão microSD.
Sua tela é do tipo AMOLED, com qualidade próxima à do Mi 9, mas aqui com menos de 6 polegadas. A resolução Full HD+ entrega 1080 pixels na horizontal e 2340 na vertical, o que resultada em densidade de 432 ppi. O vidro é Gorilla Glass 5, enquanto o Mi 9 traz a geração mais recente para proteção reforçada.
O painel é de fabricação da Samsung e pode ser chamado de Super AMOLED, mas não espere a mesma qualidade dos smartphones da sul-coreana. A tela é capaz de reproduzir conteúdo em HDR, mas o brilho poderia ser um pouco mais alto, o que ajudaria em locais com forte iluminação.
A tecnologia HDR aqui também é inferior à HDR10 do modelo mais caro. Isso que dizer que você pode aproveitar aproveitar este tipo de conteúdo no YouTube ou Netflix, mas o resultado não será igual entre os dois modelos.
O som tem qualidade decente, mas por ter apenas um alto-falante na parte inferior acaba resultando em áudio mono. A potência poderia ser melhor e fica no mesmo patamar dos recentes modelos da Redmi.
A parte sonora nunca foi o forte da Xiaomi e até mesmo o Mi 9 peca nisso. E como esperado de um intermediário da empresa, não há fone de ouvido na embalagem.
O Mi 9 SE vem equipado com a plataforma Snapdragon 712, que nada mais é que uma versão levemente turbinada do Snapdragon 710.
Ele tem hardware suficiente para entregar ótimo desempenho, mas não é isso que vimos no Mi 9 SE. A MIUI 10 está mal otimizada e faz com que o aparelho não conseguia manter os aplicativos abertos em segundo plano, mesmo com 6 GB de RAM.
Em benchmarks temos resultados um pouco acima do Redmi Note 7, porém muito abaixo do que o Mi 9 entrega.
Já em jogos não há o que se preocupar. Todos os títulos que testamos rodaram com ótima fluidez, sendo possível jogar por várias horas antes de precisar recarregar a bateria.
Usamos a ferramenta Gamebench para medir o desempenho em jogos populares:
Na traseira temos três câmeras. A principal tem resolução máxima de 48 MP, mesmo sensor do Mi 9. Porém os resultados com esse modelo são inferiores, temos cores menos vívidas e balanço de branco que força mais para tons quentes.
A secundária tem lente ultrawide e captura fotos até mais amplas que a do Mi 9. Mas aqui você terá menos detalhes registrados e também fotos mais escuras.
A verdade é que por mais premium que tente ser o Mi 9 SE, suas câmeras estão mais próximas do que os smartphones Redmi entregam. Falta nitidez em fotos em cenários mais abertos. Ao ativar o HDR este problema é minimizado, mas em troca terá uma imagem mais escura.
Fotos do pôr do sol ou menos em locais fechados terão todos os detalhes das sombras destruídos ao usar HDR.
Há inteligência artificial como em outros modelos da marca, e como esperado, não faz muita diferença. Dependendo do objeto a ser fotografado e a distância que você estiver dele, o resultado será fotos com contraste muito exagerado.
À noite temos resultados escuros, porém sem muitos ruídos. Há o modo noturno que deixa as imagens mais claras, mas a custa de fotos granuladas.
A terceira câmera ajuda a desfocar o fundo de cenários e os resultados são medianos. O único sensor de 20 MP na frontal acaba fazendo um melhor trabalho. O mesmo podemos dizer das selfies que são de boa qualidade e ficam dentro do esperado para um aparelho desse porte.
Sua filmadora é capaz de gravar em 4K a 30 quadros por segundo. A falta de estabilização avançada faz os vídeos ficarem tremidos, especialmente com a frontal. O foco pode ser lerdo às vezes e a qualidade sonora é apenas razoável.
Aqui temos apenas 3.070 mAh, o que pode parecer pouco comparado a outros intermediários da Xiaomi com 4.000 mAh, mas ainda assim rende bem o dia inteiro.
Mesmo a bateria deste sendo menor, ela vai além do que o Mi 9 entrega, mas o tempo de carregamento é maior devido ao carregador mais fraco.
No geral, dentre intermediários premium recentes o Mi 9 SE não faz feio, ficando próximo à marca alcançada por Pixel 3a XL, P30 Lite, Redmi Note 7 e Galaxy A9 (2018), todos com capacidade de bateria bem maior.
Com tudo isso, podemos dizer que o Mi 9 SE conseguirá passar ao menos um dia inteiro longe da tomada sem grandes problemas, devendo pedir por carga antes do final do dia apenas em caso de uso mais pesado.
Ele vem com Android 9 Pie com interface MIUI 10. Assim como em outros intermediários da Xiaomi que testamos recentemente, o software da empresa vem sendo insuficiente em otimização.
A empresa acertou a mão no Mi 9 e esperávamos o mesmo neste aqui. Vamos torcer para que uma atualização futura corrija o gerenciamento de RAM. Mas fora isso, ele não decepciona no uso diário e vai agradar você, se não se importar com os apps recarregando a todo momento.
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