X i a o m i M i 9 T P r o

O Mi 9T foi o melhor intermediário que testamos este ano. E até o elegemos com o celular que entrega o melhor custo-benefício atualmente. Por menos de 2 mil reais realmente não há nada tão completo quanto ele no mercado nacional.

Mas e a variante Pro ? A única coisa que muda entre os dois modelos é a plataforma Snapdragon e o sensor da Sony na câmera principal. No entanto, o mais avançado custa em média 500 reais a mais. Vale pagar isso tudo a mais por ele? É isso que você descobre agora com o TudoCelular na análise completa do Mi 9T Pro – também conhecido como Redmi K20 Pro.

O Mi 9T Pro vem em embalagem preta com a tampa ilustrada com o modelo estampado. Além do smartphone, você encontrará em seu interior os seguintes acessórios:

Como esperado de um smartphone chinês, o Mi 9T Pro não vem com fones de ouvido na embalagem.

Se você acaba se perdendo no vasto catálogo de smartphones da Xiaomi, aqui vai uma pequena explicação. O Redmi K20 Pro foi lançado inicialmente na China e vem com a versão da MIUI que não tem os serviços do Google. O Mi 9T Pro é apenas a versão global que tem suporte ao nosso idioma e traz a Play Store e demais apps nativos do Android.

O desempenho e bateria tendem a mudar um pouco diante da diferença na otimização do software, mas independente de qual versão você comprar terá o mesmo celular feito em metal com traseira em vidro. Disponível em três opções de cores: preto, azul e vermelho.

Por fora, o Mi 9T e 9T Pro são idênticos. Você tem um celular com ótimo aproveitamento frontal, tela grande com bordas finas e câmera frontal no estilo pop-up. A qualidade de construção é ótima, no mesmo nível dos flagships da marca.

Poderíamos dizer que o 9T Pro é o sucessor espiritual do Pocophone F1 , um intermediário da Xiaomi com hardware de top de linha que fez bastante sucesso entre os brasileiros. Podemos esperar que este aqui repita o mesmo feito.

Se você busca um celular com qualidade premium e Snapdragon 855 acessível, este talvez seja o melhor candidato. O vidro que cobre a tela e traseira não é o mais recente Gorilla Glass 6 presente em smartphones mais caros, mas a quinta geração ainda entrega ótima proteção contra riscos.

Os pontos que podem decepcionar é a falta de alto-falantes estéreos e slot para micro SD. Mesmo que a Xiaomi não alegue que o 9T Pro tenha certificação IP68, ele possui proteção contra entrada de água. O que deve garantir sobreviver a chuvas ou até mesmo cair rapidamente na pia sem danificar.

Sua tela é do tipo Super AMOLED feita pela Samsung com preto perfeito e cores vívidas. A resolução Full HD+ é mais do que suficiente para uma tela de 6,4 polegadas, o que entrega imagens com excelente nível de detalhes.

O painel tem suporte a HDR 10 e atinge ótimo nível de brilho, exatamente como vimos no Mi 9T. Isso já era esperado, já que ambos compartilham da mesma tela. O brilho máximo não chega no nível da linha Galaxy S10 ou Note 10 , mas diante da grande diferença de preço, isso chega a ser compreensível.

E não é porque o Mi 9T Pro tem apenas um alto-falante que ele decepciona na parte sonora. Apesar do som ser mono, ele é muito potente e supera até alguns celulares com áudio estéreo, como é o caso do Galaxy S10e . Porém fica abaixo de outros da Xiaomi que testamos, como o Mi 9 SE .

Ele não vem acompanhado de fones de ouvido, mas sua saída P2 entrega potência suficiente para alimentar mesmo os fones mais avançados com alta impedância. Assim você terá volume alto, só a qualidade sonora que poderia ser melhor.

Chegamos no ponto mais importante desta análise. Vale pagar a mais pelo Snapdragon 855? Em questão de velocidade no uso de apps e jogos não muda muita coisa comparado ao Snapdragon 730 presente no Mi 9T.

Se você quer ostentar números altos em benchmarks, aí a história já muda. O Mi 9T Pro consegue pontuações similares a de outros com a mesma plataforma que testamos, mas em uso real ele acaba sendo mais lento.

Será falta de otimização da MUIU? Possivelmente. Pelo menos em jogos ele não decepciona e roda qualquer título disponível para Android sem engasgos. Só esperávamos que o desempenho no geral ficasse no mesmo nível do Mi 9 , que é o celular mais rápido da Xiaomi atualmente.

Um detalhe curioso é que o K20 Pro pode ser encontrado em quatro opções de memória, enquanto o modelo global fica limitado apenas a duas opções: 64 ou 128 GB de armazenamento, ambas com 6 GB de RAM.

Usamos a ferramenta Gamebench para medir o desempenho com jogos no Mi 9T Pro:

JOGOS FPS
Asphalt 8 30
Asphalt 9 30
Injustice 2 30
Modern Combat 5 60
PUBG Mobile 40
Subway Surfers 60
Vainglory 60

Caso tenha interesse em testar o desempenho em jogos no seu Android, basta fazer o download do Gamebench via Play Store .

Na traseira temos uma câmera tripla com direito a lente ultra-wide e também uma teleobjetiva que entrega zoom óptico de até 2x.

A segunda diferença entre este e o Mi 9T está no sensor usado. Aqui temos o IMX 586, sendo um sensor da Sony mais avançado que o IMX 582 do modelo mais barato.

Isso significa que temos fotos melhores com este celular? Não, necessariamente. Mas o fato de ter Snapdragon 855 ajuda em ter melhor processamento de imagem. E o que vimos é que assim como o 9T, este entrega fotos com alto nível de detalhes, cores realistas e contraste melhor que muito celular nesta faixa de preço.

Com a câmera ultra-wide você consegue registrar mais do cenário em troca de qualidade inferior. O nível de detalhes cai um pouco e há uma quantidade de ruídos mais presente, além de ter fotos um pouco mais escuras devido à menor abertura focal.

A teleobjetiva também sofre do mesmo mal. Se você quiser aproximar objetos sem ter a perda de qualidade do zoom digital, terá que ficar limitado a locais bem iluminados para não sofrer com excesso de ruídos.

Para fotos noturnas o Mi 9T Pro manda bem. Temos fotos mais claras e com menos granulado que o modelo mais barato. Pena que o aparelho não tenha estabilização óptica. Para evitar fotos borradas com frequência é preciso ter uma mão firme ao fotografar.

Se achar que a foto saiu muito escura, você pode ativar o Modo Noturno que regula melhor a exposição, mas em troca deixar as falhas nas fotos mais evidentes.

Com a ultra-wide é onde vimos a maior diferença comparado ao 9T. As fotos não saem tão escuras quanto no modelo mais barato e o resultado fica próximo da câmera principal.

O modo retrato funciona bem, mas contra a luz tende a deixar o fundo da foto ainda mais estourado. Há alguns efeitos que podem ser aplicados, além de poder escolher a intensidade do desfoque.

A câmera frontal registra boas selfies com alto nível de detalhes e cores bem balanceadas. A qualidade aqui é idêntica à do outro modelo.

Outra vantagem do sensor mais potente na Sony está na captura de vídeos. O 9T Pro consegue gravar em 4K a 60 FPS, enquanto o 9T fica limitado a apenas 30 FPS nesta resolução.

A qualidade dos vídeos é muito boa, com alto nível de detalhes, contraste sem exagero e baixo ruído. A ultra-wide fica limitada a 30 FPS em 4K e apresenta menos detalhes em troca de registrar muito mais dos cenários. Já se quiser usar o zoom óptico ao filmar, ficará limitado à resolução Full HD. Pelo menos a qualidade é muito boa comparado a outros que testamos.

Apesar de não ter estabilização óptica, a estabilização digital faz um bom trabalho e reduz bastante os tremidos, exceto a frontal que treme um pouco. O foco também é ágil, só um pouco lento ao gravar com zoom. A captura de áudio é boa e não pega tanto o barulho do vento.

Se desempenho nos decepcionou um pouco, em bateria o 9T Pro chegou a nos surpreender. O 9T apresentou excelente autonomia e este repetiu o mesmo feito entregando duração de bateria similar.

Você pode usar o celular o dia todo sem moderação e ainda voltar para casa com um pouco de carga. Em uso mais leve é possível ter bateria para dois dias, indo muito além do que o Mi 9 entrega.

Apesar da bateria e carregador serem os mesmos da versão mais barata, este aqui passa 10 minutos a menos na tomada para chegar a 100%.

O Mi 9T Pro vem com Android Pie e interface MIUI 10 rodando por cima. Uma diferença entre o modelo global e o chinês é que o K20 Pro traz o Poco Launcher por padrão... sim, o mesmo do Pocophone.

Para tirar proveito da tela AMOLED há suporte a tema escuro e Always-on Display para exibir hora e notificações o tempo inteiro na tela ou apenas no horário programado.

O leitor biométrico na tela é tão ágil e eficiente quanto o do Mi 9T e demais smartphones mais avançados da Xiaomi com a mesma tecnologia.

Xiaomi já vem testando o Android 10 neste modelo e promete atualização para muito breve. Parece que a gigante chinesa quer apagar a sua fama de ser uma das mais lentas na liberação de updates do Android.

O Mi 9T ainda é o nosso campeão em custo-benefício ou o 9T Pro roubou o seu posto? Para sermos sinceros, esperávamos mais deste aqui. Ele é um pouco mais rápido, tira melhores fotos à noite e grava em 4K a 60 FPS. Mas não vale pagar a diferença no preço.

Comparado a outros com Snapdragon 855, ele chega a ser consideravelmente mais lento. Se você quer o celular mais rápido da Xiaomi vá de Mi 9. Que também entrega melhor câmera e pode ser encontrado no Brasil pelo mesmo preço.

O top de linha atual da Samsung mais em conta atualmente é o Galaxy S10e que custa em média 500 reais a mais. Você leva uma tela com brilho maior, mesmo nível de desempenho e câmeras capazes de registrar melhores fotos e vídeos. Apenas a bateria que fica devendo para este da Xiaomi.

Na mesma faixa de preço há o Galaxy A80 que também oferece o mesmo nível de desempenho. Sua bateria também dura menos e sua câmera giratória não empolga perto do que o 9T Pro entrega.

Pontos positivos

Pontos negativos

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