O Mi A1 é uma parceria entre Xiaomi e Google, que rendeu o primeiro smartphone da companhia chinesa sem a MIUI, a sua interface modificada por cima do Android. O seu sucessor até já foi lançado, mas antes de conferirmos o Mi A2 , vamos analisar primeiramente o que o primeiro celular com Android puro da Xiaomi tem a oferecer.
O Mi A1 vem em embalagem simples que traz apenas o básico: um carregador de 10W de potência, cabo USB no padrão C, chavinha para abrir a gaveta híbrida do cartão SIM e microSD, além de um guia rápido de uso.
Na parte frontal temos o logo do programa Android One, sendo este o grande atrativo do aparelho. Na lateral é informado que estamos segurando a versão global. O modelo chinês chegou ao mercado com o nome de Mi 5X .
Na traseira da caixa há algumas especificações: câmera dupla com zoom ótico, chipset Snapdragon 625, tela de 5,5 polegadas Full HD, e menção ao Android puro.
Infelizmente, não vem nenhuma capinha de proteção, como é comum de se ver em produtos da Xiaomi.
O Mi A1 é a versão global do Mi 5X, que é vendido na china com MIUI no lugar do Android puro. E diferente do Mi A2 que traz tela ampla e botões virtuais, este ainda segue no antigo padrão 16:9 e botões capacitivos abaixo da tela para controle do Android.
O corpo é de metal com boa construção. Do lado direto temos os botões de controle do volume e o de ligar e desligar, enquanto na parte superior temos um emissor de infravermelho, que serve para usar o aparelho como controle remoto.
Do lado esquerdo há apenas a gaveta híbrida, que permite usar dois chips ou um chip de operadora mais cartão microSD. Na parte inferior temos a entrada USB-C, alto-falante, microfone e entrada P2 padrão para fones de ouvido.
O design do Mi A1 é simples e não chega a chamar a atenção. O aparelho é confortável de ser usado graças aos cantos arredondados, mas pode escorregar fácil da sua mão. Seria interessante se a Xiaomi tivesse incluído uma capinha junto com o aparelho.
O leitor biométrico fica na traseira e funciona bem. Ele reconhece a digital do usuário de primeira na maioria das vezes e não demora muito para desbloquear o aparelho.
No geral, o smartphone em parceira com a Google passa sensação de maior qualidade do que normalmente vemos nos intermediários mais básicos da Xiaomi que ainda mesclam metal com plástico. A cor analisada é chamada apenas de 'Black' pela Xiaomi, havendo também a disponibilidade nos tons dourado e rosa.
O Mi A1 tem a mesma tela de 5,5 polegadas com painel IPS LCD e resolução Full HD do Mi 5X. A qualidade é muito boa, entregando cores bem equilibradas e bom nível de contraste. O brilho alcançado pelo painel está acima do que normalmente vemos em smartphones intermediários, o que torna seu uso mais confortável em ambiente externo.
O brilho mínimo também é bom, o que permite usar o aparelho de forma confortável em ambientes escuros. As configurações são as mesmas que você encontra em qualquer celular com Android sem modificações. É possível usar o modo noturno para uma leitura mais confortável, ajustar tamanho da fonte e controlar o brilho de forma automática e manual - nada que qualquer outro smartphone com Android não ofereça.
A Xiaomi sempre oferece opções para calibrar as cores na tela de acordo com a necessidade de cada usuário, mas aqui no Android sem modificações não é possível alterar a reprodução de cores padrão do painel.
Apesar de contar com apenas um alto-falante na parte inferior, o Mi A1 é capaz de reproduzir um som alto e bem detalhado – algo raro de se ver em outros smartphones intermediários da Xiaomi.
O Mi A1 vem com Snapdragon 625, um chipset bastante comum entre os intermediários da Xiaomi. Ele é capaz de oferecer bom desempenho, ainda mais com seus 4 GB de RAM que são suficientes para manter uma boa quantidade de apps abertos em segundo plano.
Em benchmarks não há muito com que se empolgar. O Mi A1 fica na média dos 80 mil pontos no AnTuTu e pouco acima de 4 mil pontos no GeekBench quando todos os núcleos estão em uso.
Por contar com Android sem modificações, raramente vemos problema de lentidão ou travamentos no Mi A1. Mesmo alternando entre jogos, o smartphone da Xiaomi conseguiu entregar bom desempenho.
Jogos mais simples rodam bem no Mi A1, mas títulos mais pesados apresentam um pouco de lentidão. PUGB Mobile escolheu a configuração baixa como padrão, mas foi capaz de oferecer bons resultados. É possível subir a qualidade gráfica em troca de uma pequena perda no desempenho.
O aparelho conta com câmera dupla na traseira, sendo ambos os sensores de 12 megapixels. O que muda é que o secundário traz lente teleobjetiva, que serve para aplicar zoom óptico de 2 vezes.
O aplicativo de câmera é o mesmo usado pela Xiaomi em seus aparelhos com MIUI. Aqui temos alguns ajustes, com direito a atalho para o modo HDR, modo retrato e o zoom de 2 vezes. Há também o modo manual que permite regular ISO, balanço de branco, foco, exposição e alternar entre as duas lentes.
A câmera é capaz de registrar fotos com muitos detalhes em ambientes bem iluminados, mantendo o nível de ruídos controlado. O balanço de branco funciona bem ao garantir cores bem reproduzidas na maioria dos cenários, mas a faixa dinâmica fica exagerada às vezes, distorcendo o conteúdo nos cantos das fotos – este problema é reduzido com o HDR ligado.
A câmera secundária também apresenta bons resultados, mas fica mais limitada em ambientes com pouca luz devido à menor abertura focal. O desempenho no geral da câmera em fotos noturnas não é dos melhores. O nível de ruído é exagerado, sendo comum termos fotos borradas devido à falta de estabilização.
Na parte frontal temos uma câmera de 5 megapixels que faz um trabalho razoável para selfies. Já com a filmadora temos a capacidade de gravar vídeos em 4K com bom nível de detalhes, cores e contraste. Assim como em fotos, o Mi A1 tenta manter o nível de ruídos controlado, mas peca na falta de estabilização, gerando vídeos tremidos.
Outro ponto que a Xiaomi sempre deixa a desejar é na qualidade do áudio capturado. O Mi A1 registra áudio estéreo, mas o microfone é de má qualidade.
Os intermediários da Xiaomi com Snapdragon 625 estão no topo do ranking do TudoCelular quando o assunto é autonomia de bateria. Infelizmente, este não é o caso do Mi A1.
Ele conta com apenas 3.080 mAh, e sem o bom gerenciamento de energia da MIUI, faz com o que o aparelho entregue uma autonomia mediana. Tiramos o Mi A1 da tomada no início da manhã e ele descarregou no comecinho da noite. Enquanto outros aparelhos da marca chegam até ao início da madrugada com bateria, e alguns indo até o dia seguinte.
O Mi A1 também não oferece carregamento acelerado, o que faz com que ele fique quase 2 horas na tomada para ter sua bateria recarregada.
O Mi A1 é o smartphone da Xiaomi ideal para quem não curte a MIUI. Aqui não há muito o que falar, já que estamos diante do Android puro do jeito que ele foi concebido pelo Google – ou quase isso.
Há pequenas modificações, com a câmera da própria Xiaomi ou a presença do app Mi Remote para usar o aparelho como controle remoto. Mas, no geral, você terá a verdadeira experiência do Android One – que promete entregar atualizações rápidas do sistema.
Atualmente, o aparelho encontra-se com o Oreo 8.1, mas será atualizado em breve para o Pie 9.0.
O Mi A1 é o celular ideal para quem curte os aparelhos da Xiaomi, mas não vai muito com a cara da MIUI.
Ele oferece boa tela com som potente. A câmera é decente, sendo capaz de registrar boas fotos e vídeos, mas tem as típicas limitações de um smartphone intermediário. A bateria deixa a desejar, comparado ao que já vimos em outros modelos da Xiaomi.
No geral, o Mi A1 entrega bom desempenho para qualquer tarefa. Seu maior diferencial fica apenas para o Android One. Mas para quem não se importa com a versão pura do robozinho, há opções mais interessantes da própria Xiaomi.
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