A Xiaomi é uma das queridinhas do consumidor brasileiro que aprendeu a importar seu smartphone, seja da China, seja dos Estados Unidos ou outro país, em viajem ou pelos Correios. Depois que a companhia aderiu ao programa Android One, então, esse fascínio apenas cresceu.
O TudoCelular já mostrou, com o review do Mi A1, que o uso do chamado "Android Puro" não é, necessariamente, uma vantagem. Mesmo assim, os potentes intermediários com interface do Google vendidos pela Xiaomi seguem em alta no Brasil. Agora testamos o Mi A2. Será que o sucessor do Mi A1 vale a pena?
Acompanham o aparelho dentro da caixa todos os acessórios mais comuns, além de uma capinha protetora e um adaptador para você encaixar um fone de ouvidos P2 na entrada USB-C do aparelho. Porém, não há fone de ouvidos, como já estamos habituados com os smartphones da Xiaomi.
Como boa parte dos dispositivos da Xiaomi, o Mi A2 tem visual que lembra o iPhone. A traseira é metálica e lembra bastante o iPhone 7, incluindo as linhas da antena. Mas a câmera já tem a disposição do iPhone X, com uma lombada bastante alta,. Se você gosta de usar o aparelho apoiado em uma mesa, vai ter que lidar com algumas balançadas, se não usar a capinha.
Esse modelo não tem entrada para fones de ouvido e nem espaço para cartão microSD, mas aceita dois chips de operadora. No topo, temos um emissor infravermelho, para quem gosta de usar o smartphone como controle remoto.
Na parte frontal, a tela tem a proporção dezoito para nove. A borda inferior é vazia, enquanto a superior tem sensores de luz e proximidade, câmera de selfies, alto-falante de chamadas e flash frontal. O display ocupa cerca de 77,4% da parte frontal do aparelho, que tem dimensões de 158.7 x 75.4 x 7.3 mm e pesa 168 gramas.
A tela tem 5,99 polegadas, praticamente 6", é IPS LCD e usa resolução Full HD, o que dá cerca de 403 pixels por polegada de densidade. É um bom display, com cores bem calibradas, brilho máximo ok para uso em ambientes externos e brilho mínimo bom para usar em ambientes escuros.
O Mi A2 ainda oferece o filtro de luz azul - ou luz noturna como é chamado aqui - e os seus olhos agradecem que esse recurso seja ativado, especialmente à noite. Não tem nenhuma calibragem possível pelo usuário, já que este dispositivo tem o Android do Google, com nenhuma modificação em termos de visual ou recursos.
O Mi A2 oferece áudio em duas saídas, uma na parte de baixo e outra na caixa frontal, apesar de ser bem baixinho. Mas a qualidade não é muito boa, especialmente no máximo.
E vamos ao hardware. O Mi A2 é um intermediário bastante potente. A plataforma escolhida pela Xiaomi foi o Snapdragon 660, da Qualcomm, cujos quatro núcleos mais poderosos são Kryo 260 e chegam a 2,2 GHz.
O modelo que testamos ainda tem 6 GB de memória RAM e 128 GB de armazenamento, mas é mais comum encontrar a versão de 4 GB de RAM e 32 ou 64 GB de espaço interno. Aliás, é bom notar que o investimento a mais em armazenamento pode ser essencial caso você realmente opte pelo Mi A2, uma vez que o dispositivo não tem espaço para cartão micro SD.
Em termos de performance, o aparelho tem ótima fluidez na abertura e troca de aplicativos, roda as tarefas simples do dia a dia sem nenhum problema e aguenta até alguns apps mais pesados sem engasgar.
É um dispositivo bem otimizado, rápido mesmo com todas as animações do Android Pie. Se você não edita vídeos ou não quer jogar nenhum título pesado no máximo, o hardware aqui dentro está de ótimo tamanho.
Falando em jogos, testamos alguns títulos da Google Play Store, como o Asphalt 9, Grand Chase e Street Fighter, e o Mi A2 rodou todos sem problema algum. Já o PUBG Mobile vem configurado com gráficos médios nesse aparelho, mas rodamos no máximo suportado, que é o HD, sem grandes problemas, também.
O conjunto de câmeras do Mi A2 é bem interessante, com sensor duplo na parte traseira com resoluções altas e sensor único na parte da frente. Na parte de trás, o sensor principal tem 12 MP, enquanto o secundário aumenta para 20 MP, ambos com abertura f/1.75. Na frente, as selfies podem ser registradas a até 20 MP com abertura f/2.2.
As câmeras principais ficam um pouco acima da qualidade da maior parte dos aparelhos intermediários lançados este ano, mesmo em ambientes com pouca luz. Nesse caso, ainda é possível fazer uma correção de iluminação posteriormente, destacando melhor as cores na imagem.
Em ambientes com boa iluminação, as fotos saem boas, com ótimos níveis de detalhes. O modo retrato também tem bom nível de acerto. A vantagem do Mi A2 para o Pixel - observando, claro, que a qualidade das fotos não é a mesma - é a presença de um modo manual, pelo menos para a câmera traseira.
A câmera frontal também traz boa qualidade, especialmente em ambientes com boa iluminação. O modo retrato erra um pouco mais, mas é de se esperar com um sensor único. O recorte costuma errar onde acaba a pessoa e começa o fundo para o desfoque.
Para gravar vídeos, temos a qualidade 4K a 30 fps na traseira, que apresenta estabilização razoável e segue mais ou menos o padrão de cores e detalhamento que vimos nas fotos. O foco é bom, e adapta-se relativamente fácil à mudança de objeto da imagem.
O mesmo vale para a frontal, exceto pela resolução máxima, que cai para o Full HD. O áudio é bom, com volume legal e bom equilíbrio na redução de ruídos.
O Mi A2 tem bateria de três mil e dez miliamperes hora. O resultado em nosso tradicional teste de bateria foi um tanto decepcionante, não chegando a 11 horas de uso. Porém, o Android Pie tem uma otimização de uso conforme o aparelho se acostuma a cada usuário, e o pessoal relata que há um ganho razoável em autonomia ao longo da primeira semana de uso.
Mesmo assim, não esperei aumentar de menos de onze horas para mais de um dia de uso. É um dispositivo para você carregar todo dia, caso faça uso moderado a pesado. Claro que tudo depende da sua própria exigência com o aparelho, nosso número serve como base comparativa, apenas.
A recarga é bem rápida, chegando a 75% com uma hora na tomada e 100% após cerca de uma hora e quarenta minutos.
Pertencente ao programa Android One, o grande diferencial deste dispositivo são as atualizações rápidas. Se não chegam junto com as da linha Pixel, ao menos são bem próximas. O Android Pie demorou um pouco para chegar, mas está disponível e parece ter melhorado bastante com a atualização de segurança de dezembro.
Como já mencionamos, não tem nenhum tipo de recurso extra ou mudança visual neste aparelho, mas você pode fazer parte do programa beta da Xiaomi para receber updates ainda mais rápido.
Olhando para os concorrentes nacionais, o Mi A2 oferece experiência impressionante a preço bastante atraente. Mas é bom lembrar que este aparelho tem assistência técnica complicada em território nacional, ficando o usuário dependente de técnicos não autorizados pela Xiaomi.
Enfim, dá para entender porque a Xiaomi conquistou tantos corações brasileiros nesses últimos anos, olhando para um aparelho intermediário que entrega experiência muito boa a preço bem razoável.
Pontos fortes
Pontos fracos
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