Xiaomi apresentou recentemente o Mi Mix 2s , o flagship mais recente da fabricante chinesa. Será que ainda vale a pena investir em um modelo mais antigo da linha, especialmente o primeiro Mi Mix lançado em 2016? É isso que iremos descobrir em nossa análise.
O Mi Mix chamou a atenção no final de 2016 por ter um design diferenciado do que estávamos acostumados a ver. Na parte superior temos a completa ausência de bordas, o que acabou eliminando o alto-falante frontal para chamadas do aparelho. A câmera foi jogada para a parte inferior – não sendo uma novidade, neste caso.
A sua caixa também foge do tradicional, podendo dobrá-la dos dois lados para ter acesso a tudo que acompanha o Mi Mix. Aqui encontramos um carregador com 2,5A de saída quando em 5V, um cabo USB com padrão C de um lado e A do outro, manuais e chavinha para abrir gaveta do cartão SIM, além de uma capinha para proteger o corpo de cerâmica do aparelho.
A qualidade da embalagem vai um pouco além dos demais smartphones da Xiaomi, enquanto os acessórios apresentam o mesmo nível encontrado nos demais flagships e até alguns intermediários. E mesmo contando com entrada P2, o Mi Mix não acompanha fones de ouvido.
O Mi Mix analisado conta com corpo feito em cerâmica, que dá maior elegância ao aparelho, mas ao mesmo tempo torna bastante complicado de usá-lo com apenas uma mão. O material empregado é mais escorregadio que o vidro, por exemplo. A boa notícia, no entanto, é que a Xiaomi inclui uma capinha de proteção no pacote.
O flagship tem design apelativo e que chama a atenção mesmo em 2018. Claro que a tela gigante ostentando quase que inteiramente a parte frontal do aparelho realmente atrai olhares. Temos aqui 6,4 polegadas, o que faz o Mi Mix ficar naquele meio termo entre phablet e tablet.
O acabamento é de ótima qualidade, superando até mesmo outros flagships da marca chinesa. Manusear o aparelho, porém, não é uma tarefa fácil. Conseguir alcançar os cantos da tela usando-o com apenas uma mão será complicado mesmo para quem possui mãos grandes. Além disso, ele não caberá confortavelmente no bolso de qualquer calça ou bermuda.
O Mi Mix tem 158,8 mm de altura, 81,9 mm de largura e 7,9 mim de espessura. Além disso, é um pouco pesado, chegando a 209 gramas. Na lateral direita temos os botões de energia e volume, na esquerda a gaveta do cartão SIM (sendo dual), na superior a entrada P2 e microfone, enquanto na parte inferior temos a entrada USB-C, microfone e alto-falante.
Devido à ausência de borda na parte superior, o Mi Mix não conta com alto-falante comum. Ele usa um alto-falante piezoelétrico que aproveita a estrutura de metal do aparelho para gerar som pelas vibrações. Até funciona bem, sendo capaz de entender o que a pessoa do outro lado da linha fala, mas o que você escuta não tem a mesma nitidez de soluções mais tradicionais.
O que mais chama a atenção no Mi Mix é a sua tela. Não necessariamente pela qualidade entregue, mas por ser enorme e ocupar 84% da parte frontal do aparelho. O painel usado aqui é IPS LCD com resolução de 1080 x 2040 pixels, o que resulta em 362 pixels por polegada.
Pode parecer uma densidade baixa para os padrões atuais, mas mesmo usando o smartphone de perto, é praticamente impossível enxergar os pixels na tela. O painel em si é de boa qualidade e entrega bom nível de brilho, ótimo ângulo de visão e nível de contraste que vai além do que normalmente vemos nos smartphones da Xiaomi.
Usá-lo em ambiente externo é uma tarefa razoavelmente confortável. O vidro que cobre a vasta tela do aparelho tende a apresentar um nível de reflexos superior ao de outros smartphones na faixa de preço. Se o Mi Mix tivesse um brilho mais forte poderia compensar essa desvantagem e entregar resultados melhores especialmente sob luz solar direta.
Em termos de som temos um único alto-falante na parte inferior responsável por reproduzir todo tipo de áudio. A qualidade entregue é decente, ficando a par de outros flagships chineses. Mesmo que você segure o aparelho com as duas mãos, será difícil bloquear totalmente a saída de áudio.
E como dito anteriormente, o Mi Mix não acompanha fone de ouvido, mas vem com entrada P2 – algo que foi abolido em seu sucessor.
O Mi Mix pode não ter o hardware mais potente da atualidade, mas ainda entrega bom desempenho. Aqui temos o chipset Snapdragon 821 com processador quad-core de 2,35 GHz e GPU Adreno 530. O aparelho é vendido em duas versões: 4 GB de RAM com 128 GB de armamento e 6 GB de RAM com o dobro de espaço interno (sendo esta analisada pelo TudoCelular).
Em benchmarks tivemos as seguintes pontuações:
Em um teste mais prático medimos quanto tempo o Mi Mix leva para abrir uma dúzia de apps. Na lista selecionada temos os apps de Câmera, Galeria e Configurações enquanto outros foram baixados, como Facebook, WhatsApp, Chrome, Netflix, Spotify, Photoshop Mix, Pokémon Go e Asphalt 8.
A abertura foi realizada exatamente nesta ordem, contando o tempo a partir do momento em que o cronômetro foi iniciado e sendo feita uma marcação ao final do primeiro ciclo para vermos se a segunda etapa seria executada mais rapidamente, pois todos os apps e jogos teoricamente já estariam armazenados na RAM.
Na primeira rodada o Mi Mix levou 1m17s para abrir todos os aplicativos. Na segunda rodada, o smartphone da Xiaomi precisou de apenas 20 segundos. Aqui tivemos um resultado ligeiramente inferior ao que foi visto em nosso teste anterior com MIUI 8 e Android Marshmallow, mas a diferença é de poucos segundos.
FPS | CPU | GPU | RAM | |
Asphalt 8 | 30 | 10% | 62% | 513 MB |
Vainglory | 59 | 8% | 41% | 519 MB |
Injustice 2 | 30 | 11% | 62% | 747 MB |
Modern Combat 5 | 34 | 24% | 63% | 493 MB |
Clash Royale | 59 | 4% | 60% | 293 MB |
Subway Surfers | 60 | 10% | 53% | 277 MB |
Usamos a ferramenta Gamebench para medir a taxa de quadros por segundo em alguns jogos. Infelizmente, alguns títulos da Gameloft vêm travados para rodarem a 30 fps, como é o caso Asphalt 8. Injustice 2 também entra neste grupo, o que acaba limitando o potencial do aparelho.
Com exceção do Modern Combat 5, os demais jogos entregam 60 fps no geral, com excelente fluidez no smartphone da Xiaomi. Mesmo no Nougat vimos um desempenho instável no jogo de tiro da Gameloft como visto em nosso teste anterior.
Enquanto a maioria dos recentes lançamentos chegam com câmera dupla na traseira, o Mi Mix ainda é da era que apenas um sensor era suficiente para entregar uma boa experiência fotográfica.
Aqui temos 16 MP com abertura f/2.0 em um sensor de 1/3” com pixels de 1.0 µm. A câmera oferece estabilização eletrônica, foco automático por detecção de fase e flash duplo em LED de dois tons.
Na frontal encontramos uma câmera de 5 megapixels na parte inferior, com abertura f/2.2. Enquanto a traseira grava na resolução máxima 4K, a que serve para tirar selfies e realizar videochamadas fica limitada apenas à resolução Full HD – ambas gravando a 30 fps.
Em fotos, o Mi Mix é capaz de capturar boas imagens com um nível aceitável de detalhes e bom balanço de branco. As cores são precisas e vivas, não havendo muitos defeitos visíveis, como pós-processamento exagerado ou artefatos. O bom alcance dinâmico dispensa o uso de HDR na maioria dos cenários, mas em objetos muitos detalhados ou contra a luz vemos um nível exagerado de ruídos.
O sensor da OmniVision tem suas limitações, mas é curioso ver o esforço da Xiaomi em tentar extrair o máximo que ele é capaz de oferecer. O nível de ruído às vezes atrapalha os detalhes das imagens, mas sem chegar a arruinar as fotos – desde que haja uma boa iluminação.
O modo HDR é conservador o suficiente para manter os realces e sombras sem criar uma bagunça plana e sem contraste nas imagens. Todavia, em alguns momentos o efeito HDR pode saturar demais as cores, deixando as fotos irreais. Em cenários com pouca luz, a câmera perde boa parte dos detalhes e entrega imagens muito granuladas.
A câmera frontal é mais limitada que a traseira, gerando imagens com cores decentes, mas o nível de detalhes cai drasticamente à medida que a luz natural do ambiente é reduzida. Para usá-la de forma mais confortável, o indicado é girar o smartphone de ponta-cabeça, o que facilita na hora de tirar uma selfie.
A filmadora é capaz de gravar a até 120 fps, mas fica limitada à resolução HD (720p). Ao gravar em 4K, temos vídeos capturados a 42 Mbps e áudio em estéreo a 96 Kbps. E assim como em outros smartphones da Xiaomi, o microfone deixa a desejar na captura de áudio, entregando um som cheio de ruídos e abafado.
A qualidade dos vídeos é decente, com cores bem equilibradas e faixa dinâmica alta, como nas fotos. Objetos mais distantes, no entanto, acabam saindo borrados. Além disso, a estabilização eletrônica do aparelho não é das melhores, gerando vídeos com pequenos tremidos. Pelo menos o ângulo de visão não é reduzido como visto em outros smartphones com EIS.
O Mi Mix vem com generosa bateria de 4.400 mAh, que precisa alimentar a tela gigante e o Snapdragon 821. O carregador que vem é potente e faz com que após 30 minutos tenha recuperado 28% da carga da bateria, chegando a 57% com 1 hora. Para completar totalmente a bateria foi necessário esperar 2 horas e 10 minutos.
Com uma carga completa foi possível assistir 13h48 de vídeos ou gravar 6h45 em Full HD. Em chamadas conseguimos realizar ligações em rede 4G por 18h50 ou videochamadas no Skype por 5h33. Para os viciados em jogos, o Mi Mix chegou a render 5h40 de jogatina.
Comparando com nosso teste anterior vimos praticamente a mesma autonomia. Houve um ganho em chamadas e gravação de vídeos, mas teve uma pequena queda na autonomia com o Skype.
Em um teste mais pratico tirando o aparelho às 7h da manhã da tomada tivemos os seguintes resultados:
O smartphone da Xiaomi entrega boa bateria, mas deixa a desejar pelos 4.400 mAh oferecidos. Boa culpa está na gigante tela de 6,4 polegadas que deve devorar muita energia. Há aparelhos com baterias muito menores que rendem mais que o Mi Mix.
Atualmente temos o Android 7.0 Nougat no Mi Mix com a MIUI 9.2. O modelo foi testado com a versão Global da ROM, enquanto a chinesa está um pouco mais atual, mas ainda longe do Android Oreo.
Tudo indica que a empresa vem testando internamente o Android Oreo para o Mi Mix, mas ainda não há uma data oficial de quando a novidade chegará ao aparelho. O que é certo, por enquanto, é que a MIUI 9.5 virá com pequenas mudanças na interface e suporte à navegação por gestos.
No geral, o Mi Mix apresenta bom desempenho, sendo capaz de rodar qualquer app ou jogo para Android sem dificuldade. É muito raro ver a interface modificada da Xiaomi engasgar no aparelho.
Leave a comment