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A linha Mi Mix recebe o que a Xiaomi tem de melhor para oferecer. O primeiro smartphone veio com tela gigante de 6,4 polegadas, o que comprometeu a sua ergonomia. Agora na segunda geração, a empresa trouxe um modelo mais compacto e com pequenos refinamentos que o tornam um flagship ainda mais capaz de enfrentar os principais smartphones do mercado.

Aqui temos um produto com ótimo acabamento que mescla metal e cerâmica, pelo menos na variante de entrada testada. O cuidado da empresa com o design e materiais escolhidos foi maior do que foi visto em outros smartphones topo de linha, como o Mi 6. Há também uma versão especial com 128 GB de armazenamento que vem com corpo inteiramente feito em cerâmica.

A caixa, no entanto, não é tão requintada quanto a da geração passada. Fica claro que Xiaomi precisou realizar alguns cortes para aprimorar o seu flagship sem comprometer o preço. Temos uma embalagem mais convencional que traz um carregador de 15W, cabo USB com padrão C em uma ponta, chave para abrir gaveta do cartão SIM, guia do usuário, adaptador para P2 e capinha de plástico.

Até mesmo a capinha de proteção é mais simples do que aquela que veio com o primeiro Mi Mix. E assim como na geração anterior, o topo de linha da Xiaomi continua vindo sem fone de ouvido.

O primeiro Mi Mix era um aparelho desconfortável de ser usado devido à sua tela gigante em um padrão pouco convencional de 17:9. Na segunda geração a empresa reduziu a tela e adotou o novo padrão 18:9, o que deixou o aparelho mais estreito e confortável de ser usado.

A traseira de cerâmica traz elegância ao aparelho, mas mancha com incrível facilidade. Pelo menos temos uma capinha de brinde que resolve o problema, além de reduzir o risco de o aparelho quebrar em eventuais quedas. As bordas de metal são curvas e com acabamento fosco, melhorando a pegada.

Na lateral direita temos os botões de energia e volume, enquanto do outro lado há apenas a gaveta do cartão SIM com suporte a dois chips. Na parte superior temos um microfone para gravar em estéreo em vídeos e também para cancelamento de ruídos. Já na parte inferior encontramos o microfone de chamadas, entrada USB-C e alto-falante. Um diferencial aqui é que o Mi Mix 2 não tem entrada P2 como seu antecessor.

O modelo mantém a elegância da geração anterior ao mesmo tempo em que aprimora a ergonomia. Usar o Mi Mix 2 é muito mais prazeroso do que o seu antecessor. O leitor biométrico na traseira fica bem posicionado e funciona muito bem, sendo bastante ágil.

Em termos de qualidade de construção, o Mi Mix 2 não deixa em nada a desejar para flagships de fabricantes famosas que custam mais caro.

O Mi Mix 2 tem tela de 6 polegadas com painel IPS LCD Full HD+ (1080 x 2160 pixels). Assim como na geração anterior, a tela usada pela Xiaomi é de ótima qualidade, mas tem brilho e contraste inferiores – o que não faz muito sentido.

Ao usar o aparelho no modo padrão de tela, o brilho acaba ficando limitado. Quando o usuário seleciona o modo ‘Contraste ampliado’ nas configurações de calibragem de tela, o brilho acaba aumentando consideravelmente. O lado ruim deste modo, no entanto, é que as cores ficam forçadas, deixando o branco muito azulado.

O ângulo de visão é muito bom, sendo plenamente possível enxergar o conteúdo com qualidade de qualquer direção. Usar o aparelho em ambiente externo não chega a ser uma tarefa complicada, mas sob luz solar direta fica difícil enxergar com claridade o conteúdo exibido.

Em termos de cores e contraste, o usuário pode escolher entre os modos: padrão, frio e quente. Para o contraste também temos três opções, indo da automática a manual. Esta última permite ao usuário selecionar a temperatura das cores.

Diferente da geração anterior que vinha apenas com um único alto-falante na parte inferior do aparelho, no Mi Mix 2 também temos um alto-falante na parte frontal acima da tela. Ele não serve apenas para reproduzir o áudio de chamadas, mas também o som de qualquer vídeo ou aplicativo executado no aparelho.

Claro que o alto-falante frontal não tem a mesma potência ou qualidade daquele na parte inferior do dispositivo, mas entrega um som mais envolvente do que o primeiro Mi Mix. A qualidade sonora no geral é decente, ficando acima do que encontramos em outros smartphones da empresa.

O Mi Mix 2 vem com chipset Snapdragon 835 e em várias versões. Para RAM podemos encontrar o aparelho com 6 ou 8 GB. Em armazenamento temos três escolhas: 64, 128 ou 256 GB. E assim como na geração passada, o Mi Mix 2 não oferece slot para microSD.

Em benchmarks tivemos as seguintes pontuações:

Em um teste mais prático medimos quanto tempo o Mi Mix 2 leva para abrir uma dúzia de apps. Na lista selecionada temos os apps de Câmera, Galeria e Configurações enquanto outros foram baixados, como Facebook, WhatsApp, Chrome, Netflix, Spotify, Photoshop Mix, Pokémon Go e Asphalt 8.

A abertura foi realizada exatamente nesta ordem, contando o tempo a partir do momento em que o cronômetro foi iniciado e sendo feita uma marcação ao final do primeiro ciclo para vermos se a segunda etapa seria executada mais rapidamente, pois todos os apps e jogos teoricamente já estariam armazenados na RAM.

Na primeira rodada o Mi Mix 2 levou 42s para abrir todos os aplicativos. Na segunda rodada, o smartphone da Xiaomi precisou de apenas 14s. Mesmo não atingindo o excelente resultado de 54s de antes, o Mi Mix 2 ainda é um smartphone muito rápido e que fica entre os melhores analisados pelo TudoCelular.

FPS CPU GPU RAM
Asphalt 8 30 3% - 419 MB
Vainglory 60 3% - 539 MB
Injustice 2 30 6% - 554 MB
Modern Combat 5 60 4% - 351 MB
Clash Royale 59 3% - 279 MB
Subway Surfers 60 6% - 223 MB

Usamos a ferramenta Gamebench para medir a taxa de quadros por segundo em alguns jogos. Infelizmente, alguns títulos da Gameloft vêm travados para rodarem a 30 fps, como é o caso Asphalt 8. Injustice 2 também entra neste grupo, o que acaba limitando o potencial do aparelho.

Tirando os jogos que vêm travados para não passarem de 30 fps no Android, vemos que o Mi Mix 2 consegue entregar o melhor desempenho possível, mantendo a maioria próxima ou até mesmo travada a 60 quadros por segundo, o que entrega ótima fluidez.

Xiaomi investiu em um sensor de melhor qualidade no Mi Mix 2, trazendo o mesmo modelo Sony IMX386 presente no Mi 6. Mas diferente do outro flagship chinês, o Mi Mix 2 tem apenas uma câmera na traseira, tendo esta resolução máxima de 12 MP. Outra evolução nesta geração está no sistema de estabilização óptica de quatro eixos.

Apesar de ter o mesmo sensor do Mi 6, o Mi Mix 2 traz uma abertura focal menor (f/2.0 contra f/1.8). Isso faz com que menos luz entre no sensor do modelo mais caro, resultando em fotos um pouco mais escuras, especialmente em ambientes com pouca iluminação.

É curioso ver o aparelho sem uma câmera secundária, algo cada vez mais comum no mercado. Talvez o corte de custos para tentar oferecer um smartphone premium mais acessível tenha forçado a empresa a eliminar um segundo sensor na traseira.

O aplicativo de câmera da Xiaomi continua simples. Existem 12 filtros disponíveis com prévias ao vivo. A câmera também oferece vários modos de disparo - Panorama, Temporizador, Áudio, Endireitar, Manual, Embelezar, Foto de Grupo, Deslocamento de Inclinação e Noite (HHT), bem como as configurações gerais. Todas as opções são bastante familiares, apenas mudaram de posição comparado aos modelos anteriores.

O modo Manual permite ajustar ISO (100-3200), tempo de exposição (até 1/4s), balanço de branco e foco. As configurações da câmera são bastante extensas, apesar da falta de uma opção de ajuste de resolução direta. Você pode até controlar os níveis de Contraste, Saturação e Nitidez e ajustar as fotos ao seu gosto.

Existem algumas opções de medição de exposição também. O aprimoramento automático de fotos em pouca luz é uma espécie de modo HDR atenuado. Funciona muito bem, mas tenha em mente que não é HDR de verdade. Em fotos tiradas durante o dia, as fotos ficam no mesmo nível daquelas tiradas com o Mi 6 - a qualidade por pixel é muito alta, há muitos detalhes resolvidos, até mesmo a folhagem é renderizada e o ruído é mantido baixo.

O equilíbrio de cores está melhor do que no Mi Mix de primeira geração. O único problema grave que vimos no Mix 2 foi o controle automático de exposição, que às vezes prolonga demais deixando os cantos mais claros das fotos um pouco estourados. O foco automático também tem de suas anomalias, perdendo o ponto em destaque com facilidade.

Felizmente, tocar no visor não apenas solicita um novo cálculo de exposição, mas também faz com que a câmera reajuste o foco, corrigindo, assim, os dois problemas citados. Com relação ao HDR, para ter uma maior faixa dinâmica capturada em fotos é preciso alterná-lo manualmente. Imagens com muitas sombras até podem apresentar bons resultados no Mi Mix 2, mas é preciso ter muita paciência.

A filmadora permite gravar vídeos em 4K e Full HD a 30 fps ou HD a 120 fps. Infelizmente, não há a opção de filmar em 1080p a 60 quadros por segundo. Além disso, alternar entre as resoluções exige navegar pelo menu de configurações da câmera, já que não há um atalho para isso na interface.

Os vídeos na resolução de 2160p são capturados a uma taxa de 42 Mbps. O áudio é capturado em estéreo a uma taxa de bits de 96 Kbps. A estabilização da câmera é decente, mas nada além do que os rivais na mesma faixa de preço oferecem. A qualidade da filmagem é boa, mas o foco automático, mais uma vez, apresenta seus problemas. O áudio, no entanto, é tão ruim quanto em outros smartphones da Xiaomi.

O Mi Mix 2 teve uma redução de 1.000 mAh comparado à bateria do modelo anterior. Mesmo com 3.400 mAh, ele oferece praticamente a mesma autonomia de antes, o que é um feito notável. Claro que a redução do tamanho da tela ajudou bastante aqui. Sem falar que o Snapdragon 835 é mais eficiente que o SD 821.

O aparelho vem acompanhado de um carregador de 15W com carregamento acelerado, o que também ajudou a fazer o novo Mix passar menos tempo na carregando. Com 30 minutos na tomada conseguimos recuperar 48% da carga do Mi Mix 2, chegando a 86% com 60 minutos. Para ter a bateria totalmente recarregada foi necessário esperar 1 hora e 34 minutos.

Em nossos testes iniciais com a MIUI 9.5 no Mi Mix 2 conseguirmos reproduzir vídeos por 11h22. Em gravação, a bateria chegou a render 5h24. No entanto, a bateria do Mi Mix 2 também registrou uma pequena redução de autonomia comparado ao que tínhamos no Nougat, neste caso nos testes do Skype (4h57) e jogos (5h20).

Em um teste mais real simulando o uso de vários apps e jogos no Mi Mix 2, ficamos o dia inteiro usando o smartphone para chegar aos seguintes resultados:

A bateria do Mi Mix 2 dura bem, sendo possível usar o aparelho o dia inteiro se fizer um uso mais leve (evitando jogos e muitos vídeos no YouTube). Mas ainda fica abaixo de rivais com baterias menores, como é o caso do OnePlus 5T.

No momento em que esta análise foi escrita, o Mi Mix 2 contava com a MIUI 9.5 baseada no Android Oreo. Ela trouxe pequenas mudanças na interface, além de suporte a novos gestos muito parecidos com o que temos no iPhone X.

A Xiaomi pode não ser das mais rápidas quando o assunto é atualização do Android, mas a empresa sabe usar bem o hardware que tem. O Mi Mix 2 é rápido em qualquer tipo de tarefa e é muito raro ver a MIUI 9.5 engasgar ou mesmo travar. No geral, a experiência entregue agradará a maior dos usuários.

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