O TudoCelular trouxe o Redmi Note 6 Pro da Espanha, aproveitando nossa passagem por lá para a MWC. O modelo pode ser encontrado em importadores e também de maneira oficial no Brasil, importado pela DL e homologado junto à Anatel.
Mas, afinal, o que tem de especial nesse intermediário? O hardware entrega muito mais do que os concorrentes? As câmeras conseguem enfrentar dispositivos muito mais caros de igual para igual? A bateria tem autonomia para mais de um dia inteiro de uso pesado? É o que vamos descobrir nos próximos parágrafos, nesta análise.
Esse modelo é visualmente muito parecido com seu antecessor, o Redmi Note 5. Que também foi lançado no ano passado, e com hardware praticamente idêntico. A diferença é, basicamente, a tela, que ficou um pouco maior em um corpo um pouquinho menor no Redmi Note 6 Pro.
Esse aumento foi possível graças à adição do tão amado e odiado entalhe na região superior da tela. A exibição de conteúdo pouco mudou: só ganhou mais espaço, com a barra de notificações espremida com o entalhe no meio.
Ah sim, no entalhe, os sensores também ficaram um pouco espremidos, além de ter sido adicionada uma segunda câmera de selfies - em vez de um flash frontal.
Na traseira, um pequeno detalhe diferencia os dois modelos: a parte plástica, também chamada de linha de antena, tem uma curva e pega parte da lateral no Redmi Note 6 Pro. Mas não se engane: o corpo é metálico e, sim, as câmeras na traseira lembram o iPhone dez. E o leitor de impressão digital fica centralizado.
A curvatura na traseira garante uma ótima pegada e o acabamento é bem gostosinho ao toque. Ah sim, caso você esteja curioso, a caixa inclui os seguintes acessórios:
O dispositivo possui uma tela de 6,26 polegadas no padrão 19:9 e ocupa cerca de 81,1% da parte frontal. A resolução é Full HD, com densidade de pixels aproximada em 403 ppi.
Além da calibragem padrão, você pode fazer diversos ajustes no contraste e nas cores da exibição, incluindo contrate automático ou elevado, e cores quentes ou frias.O brilho não é dos mais altos, mas dá para usar o aparelho embaixo da luz do sol com algum conforto. O brilho mínimo também é bem ok para usar no escuro.
O Remdi Note 6 Pro está rodando a MIUI 10.2, mas com o Android oreo ainda por baixo. O importante é que tem os recursos mais atuais da Xiaomi aqui no aparelho, uma vez que a versão do sistema operacional é quase só um detalhe para os modelos da marca chinesa.
Você pode ocultar o notch, se quiser, e configurar como os apps vão se comportar quando abertos, se utilizam tela cheia ou se ignoram a existência da área com entalhe. Também dá para configurar gestos, tanto para navegação como para alguns recursos, como abrir a câmera, ligar a lanterna, entre outros.
E, assim como o Mi 9, esse modelo também funciona como controle remoto universal. Um tipo de recurso que muita gente gosta e, pra quem não gosta, também não faz mal ter ali.
Este aparelho tem um chipset justo, o mesmo do Moto G7 Plus, aliás - sendo que foi lançado quatro meses antes. Aliás, o chipset é o mesmo do Redmi Note 5 Pro, lançado em fevereiro do ano passado. Trata-se da plataforma Snapdragon 636, da Qualcomm, com 3 ou 4 GB de memória RAM e 32 ou 64 GB de armazenamento interno.
Testamos o modelo com mais memória e ele se saiu bem no nosso teste de velocidade. Apesar de ter recarregado alguns aplicativos mais pesados, o carregamento em si é relativamente rápido, e o Redmi Note 6 Pro somou 1min41s nas duas voltas.
Foram cerca de 15 segundos a mais que o Moto G7 Plus. O Xiaomi também ficou atrás de outros modelos com a mesma plataforma, como os Zenfone 5 e Max Pro M1. E também não conseguiu superar o Galaxy A8, que possui solução própria da Samsung próxima ao hardware da Qualcomm aqui usado.
Já para quem quer jogar, tem aqui um companheiro bem interessante para boa parte dos títulos disponíveis na Google Play Store. Os jogos que testamos tiveram bons resultados, inclusive no Modern Combat 5, no qual o Redmi Note 6 Pro conseguiu alcançar 60 fps.
Também testamos PUBG Mobile, que calibra gráficos e taxa de quadros para o hardware de cada dispositivo individualmente, garantindo sempre uma fluidez razoável. O intermediário da Xiaomi rodou com gráficos mínimos e taxa de quadros média. Dá para mudar apenas o gráfico para balanceado.
A parte mais interessante desses modelos Redmi Note costuma ser a bateria. Com 4.000mAh, esse modelo entregou um tempo de uso mais que satisfatório: foram pouco mais de 19 horas de uso no nosso teste padrão, o que o coloca entre os trinta melhores smartphones do nosso ranking.
Isso também o deixa à frente de concorrentes com o mesmo hardware, perdendo somente para o Zenfone Max Pro (M1), que tem 1.000mAh a mais de carga e suportou seis horas a mais no mesmo teste.
O tempo de recarga, entretanto, não é dos melhores. Mesmo com suporte ao Quick Charge, foram mais de duas horas e dez para fazer a carga de 0% até 100%, usando o carregador padrão que vem na caixa com o aparelho
O conjunto de câmeras duplas já é algo bastante comum hoje em dia, e o Redmi Note 6 Pro oferece esse recurso não apenas na parte traseira, como também na frontal. Porém, em ambos os casos tratam-se de sensores secundários apenas para ajudar nas fotos com efeito Bokeh. Não são, no entanto, os agora populares sensores ToF, ainda.
Com relação à qualidade das fotos, o dispositivo se sai relativamente bem para um intermediário de baixo custo. Mas é bem comum estourar algumas áreas para destacar o objeto da imagem. Até mais do que o Moto G7 Plus, como você pode ver nessa imagem tirada no mesmo local e horário.
As fotos do Redmi Note 6 Pro ficam devendo um pouco nas cores, também, com saturação baixa. Mas nada que não possa ser melhorado com uma pequena edição. Com pouca luz, a distância para o Moto G7 Plus fica maior. O dispositivo da Xiaomi perde bastante detalhes.
Nas selfies, de novo o aparelho da Motorola ganha em nível de detalhes. Mas se você prefere cores mais quentes, vai curtir mais as selfies do Redmi Note 6 Pro.
Tanto a câmera frontal quanto a traseira ainda oferecem um recurso de inteligência artificial que, no entanto, não vimos nenhuma grande vantagem. Mas se você quiser, pode deixar sempre ativado que mal não vai fazer, e uma ou outra foto vai ter um pequeno ganho em cores e nitidez. Só é bom tomar cuidado no contra-luz, especialmente com a selfie.
Ah sim, na comparação com o Redmi Note 5 Pro, a diferença é pequena, mas o modelo mais novo fica um pouco à frente em qualidade geral. E isso vale tanto para as câmeras principais como para as selfies. E principalmente nesse segundo caso.
Respondendo, então, à pergunta do início desse vídeo: o Redmi Note 6 Pro não tem nada de especial. Mas é um intermediário muito bom que pode ser encontrado a um valor muito baixo.
Hoje, você encontra ele no varejo por volta dos mil reais. É um investimento ótimo para um aparelho desse calibre. Mas talvez compense mais juntar um dinheiro extra e investir no sucessor, o Redmi Note 7. A menos que o seu orçamento esteja muito apertado, aí pelo menos você leva um smartphone que vai te atender no uso básico a moderado por uns bons dois anos ainda.
O ponto forte do Redmi Note 6 Pro é a bateria, de ótima duração. Mas o aparelho entrega tela de boa qualidade, bom desempenho e câmeras decentes, especialmente quando a gente considera seu preço atual. Difícil pensar em modelos melhores nessa mesma faixa.
O problema: você não vai ter garantia se comprar de importadores. E a compra oficial sai bem salgada, a dois mil reais no varejo físico - e por enquanto, só em lojas do grupo Máquina de Vendas. O lado bom é que, se você puder pagar e tiver disposição, consegue assistência técnica oficial da DL, com componentes originais. Ao menos a lei brasileira garante esse direito a você, uma vez que o aparelho está à venda oficialmente por aqui.
Pontos fortes
Pontos Fracos
Leave a comment